//ANÁLISE// Corrupção no governo Bolsonaro

                                                                                                                                                                                        

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Os integrantes da CPI do genocídio estão cada vez mais convencidos de que um esquema financiado por empresários bolsonaristas “contratou” a opinião de “especialistas” do gabinete paralelo.

Como revela o jornal Folha de S. Paulo, o grupo Médicos pela Vida, que inclui integrantes do também chamado gabinete das sombras, recebeu apoio de um movimento encabeçado pelo empresário Luciano Hang, que tem uma dívida bilionária com a União.

O grupo Empresários em Ação, liderado por Hang, aparece associado a palestras da médica Nise Yamaguchi e do virologista Paolo Zanotto, ambos integrantes do Médicos pela Vida e na mira da CPI.

Era intensa a movimentação desses “especialistas” na defesa da cloroquina e do tratamento precoce, temas que contaram com recursos até para propaganda, incluindo outdoors em várias cidades do País.

Não faltam insinuações de que Zanotto, respeitado virologista, tenha recebido dinheiro para se aproximar da seita bolsonarista e mudar de opinião sobre cloroquina e tratamento precoce.

Sabe-se, ainda, que os fabricantes de cloroquina são apoiadores da seita desde antes da eleição.

É público também que Bolsonaro usou o cargo para pedir ao presidente da Índia favores para essas indústrias de cloroquina. Há vídeos da reunião.

São várias as denúncias de superfaturamento na compra de insumos para a produção de cloroquina pelo Exército.

Em outra frente, o governo Bolsonaro usou recursos públicos para hidratar sua base de apoio na internet.

Os chamados sites “sujos”, famosos por explorarem o universo das fake news, contaram com a ajuda da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Mensagens de WhatsApp colhidas pela Polícia Federal revelam que Fabio Wajngarten, então chefe da Secom, usou verba da Caixa para financiar esses “veículos”, que ele mesmo chamava de “mídia aliada”.

Segundo relatório da PF, relata O Globo, em abril de 2019 Wajngarten assumiu o comando da Secom e se aproximou de Allan dos Santos, dono do site Terça Livre e amigo da família Bolsonaro.

Um esquema sóbrio em busca da imunidade de rebanho e 500 mil mortos.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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