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Carlos Motta
Alguns comerciantes estão reclamando do prefeito porque ele tem desestimulado a vinda de motociclistas à cidade nos fins de semana.
O passeio dos motociclistas é uma tradição.
Mas é só isso - um passeio.
Conversei meses atrás com um deles, de Jundiaí, que vinha todas as semanas com amigos para Serra Negra.
- A gente vai para se divertir na estrada - me disse.
Contou que quando chegavam à cidade tomavam um café da manhã ou um lanche, e que algumas vezes, nem sempre, almoçavam.
Onde? - perguntei.
- É num lugar ali no Centro, uma casa grande... Bem barato...
Ele não sabia nem o nome do restaurante.
Como esse motociclista, creio, a maioria que vem a Serra Negra nos fins de semana - 50, 100, 200? - não quer gastar no comércio, nem apreciar os pontos turísticos.
Eles vêm apenas para curtir a viagem, as curvas da estrada, a adrenalina que deve proporcionar a velocidade com que andam.
São como crianças num playground.
Ou adolescentes na balada.
O que vale é a curtição.
Claro que se o país estivesse numa situação normal eles seriam bem-vindos.
Há quem goste de ver as suas máquinas ultrapossantes, há os fãs de carteirinha das BMW, das Harley, das sei lá que marcas e modelos da moda.
No meio de uma pandemia de uma doença traiçoeira, mortal, porém, os decibéis que quebram a tranquilidade das manhãs dos domingos servem apenas para nos avisar que mais vírus estão chegando.
E com eles, tudo de mal, tudo de perigoso, tudo de destrutivo.
Portanto, fiquem em casa, bravos rapazes, lustrem e cuidem bem de suas motos.
Pois devagar também se vai ao longe.
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Comentários
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É isso!
ResponderExcluirMe parece que a questão não é apenas para evitar aglomerações por conta do covid19.
ResponderExcluirTalvez executivo esteja, tardiamente, repensando o uso do espaço público de forma a adequá-lo à aspectos técnicos de mobilidade, acessibilidade e de urbanização.
A ilha tomada por motocicletas foi alvo de críticas pelos coordenados da elaboração do plano de mobilidade urbana tanto em 2014/2015 como recentemente em 2020.
O fato é, por exemplo, que a função da ilha em frente a padaria é de organizar o fluxo de veículos e não de servir de estacionamento.
Falhas no planejamento urbano no passado provocam esses conflitos no presente.
Talvez o executivo deveria ser mais claro e esclarecer a população sobre os reais motivos e o que pretende a médio e longo prazo no local.
EXISTE UM PROJETO? Se existe, deveria por um lado estar disponível ao público e, por outro, esclarecer a população.