//ANÁLISE// Wajngarten mente e bolsonaristas recorrem à truculência

                                                                                                                                                                     

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Após a constatação de que o ex-secretário de Comunicação mentiu na CPI para tentar ocultar os crimes de Bolsonaro, o relator da comissão pediu que Fabio Wajngarten fosse preso.

Desprovido de qualquer decoro, talvez sem nem saber o que seja isso, Flávio Bolsonaro invadiu a sala e, de forma truculenta, chamou o relator de “vagabundo”.

Na discussão que se seguiu, o presidente da CPI, Omar Aziz deixou escapar uma frase que está sendo praticamente ignorada pela imprensa, mas que tem profundo significado.

Aziz disse que não poderia concordar com a prisão de Wajngarten porque seus filhos estão sendo ameaçados por bolsonaristas na escola onde estudam, em Manaus.

Durante um protesto de estudantes contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, a Guarda Municipal de Porto Alegre efetuou disparos com arma de fogo nesta quarta-feira (12). Imagens gravadas por pessoas que estavam no local foram divulgadas nas redes sociais.

Os episódios, que ocorreram praticamente ao mesmo tempo, mostram como a milícia bolsonarista, a exemplo da SS nazista ou da Gestapo, é usada para impor a força sobre a vontade popular e a lei.

A oxigenação do ambiente vem com a pesquisa Datafolha, segundo a qual Bolsonaro tem a pior avaliação do mandato e caminha para sofrer uma acachapante derrota. Segundo o levantamento, se a eleição fosse hoje, Lula teria 47% dos votos válidos no primeiro turno. No segundo turno teria 55% e Bolsonaro, 32%.

Por isso Bolsonaro intensifica a truculência e ameaças, como essa ideia estapafúrdia de voto impresso. Enquanto isso, dá uma canetada para elevar seu salário em 69%.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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