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Fernando Pesciotta
Na CPI do genocídio nesta quarta-feira (19) será a vez do general Pazuello, que pelo jeito se esbaldou no ministério. O Jornal Nacional revela que em sua gestão militares fizeram reformas em prédios do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, num negócio de R$ 28,8 milhões.
Sem licitação, a escolhida foi a Lled Soluções, cujos sócios já se envolveram num escândalo em contratos com as Forças Armadas.
Quando o general assumiu o ministério, o Brasil tinha 30 mil mortos por covid-19. Em dez meses, ele multiplicou esse número por dez. Extermínio está no DNA da família.
No começo de 2020, o general tornou-se sócio no Amazonas de uma empresa de embarcações que tem contratos com o governo.
O outro sócio é seu irmão, Alberto Pazuello. Gente boa, Alberto foi preso em 1996 por estupro e tortura de menores, além de ser acusado de integrar um grupo de extermínio.
O general e sua família são donos de outras duas empresas no Estado.
Com tanta preocupação, e sob orientação do genocida-mor, o general Pazuello naturalmente não poderia evitar as mortes pela covid-19.
Na terça-feira (18), a cabeça de Pazuello foi levada de bandeja à CPI pelo também ex-ministro Ernesto Araújo. Ele disse que o Itamaraty atuou por cloroquina a pedido de Bolsonaro. Negou ter atacado a China e está sendo chamado de mentiroso.
Negacionista e “antiglobalista”, Araújo é também incompetente para o cargo que infelizmente ocupou. Por esse componente ideológico, ele não tinha nenhum diálogo com a Venezuela, que doou o oxigênio que salvou vidas em Manaus, e com o embaixador da China, maior parceiro comercial do Brasil e fornecedor de insumos e de 85% das vacinas já aplicadas no País.
Ainda assim, seu empenho não teve contrapartida. Os senadores governistas o abandonaram na CPI.
Apesar de todas as afirmações desprovidas de realidade, Araújo reconheceu que Bolsonaro nunca lhe deu orientações sobre como o Ministério das Relações Exteriores deveria agir no combate à pandemia e que as ações coordenadas por Pazuello priorizaram a cloroquina.
Ele ainda assumiu como sua a decisão de não assinar tratado global contra fake news da pandemia subscrito por 132 países. O texto é usado como contraponto à desinformação.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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