//ANÁLISE// Inútil e debochado

                                                                                                                                                             

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Fiéis da seita bolsonarista voltaram às ruas no 1º de Maio para provar o que todo mundo já sabe: são golpistas baratos sem apego à democracia e à liberdade e, pela conjuntura, sem humanidade e sem empatia.

Faz sucesso nas redes sociais um curto vídeo mostrando um exemplar da seita sendo preso pela PM em São Paulo, por desacato. Vestindo uma camisa da seleção brasileira, histérico, grita como uma galinha por um incoerente socorro.

Se você pede ação militar, terá ação militar. Ou você imagina que ela só servirá para os outros?

Mas não vale a pena gastar energia com essa turba. Desses latidos não sairá mordida.

Há coisas mais importantes a nos preocupar. É o caso das reincidências de Paulo Guedes. Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Economia reconhece que a aderência ao seu plano de trabalho é menor do que imaginava. Talvez porque não há trabalho.

Até o apoio do genocida à agenda liberal desapareceu – por óbvio, só ele acreditou que Bolsonaro pudesse ser liberal.

Às recentes declarações polêmicas do ministro se soma a que veio a público no final de semana: “Pobre? Está doente? Dá um voucher para ele. Quer ir no Einstein? Vai no Einstein. Quer ir no SUS, pode usar seu voucher onde quiser”.

Colunistas não poupam críticas. Para Vinícius Torres Freire, na Folha, a declaração é “o mais recente surto de ignorância e horror a pobre”.

Além de reacionário e defensor de um conservadorismo barato e ultrapassado, Guedes é medíocre. Não consegue dar explicações embasadas sobre nenhum tema relativo à pasta, que por sinal é um deserto de ações e ideias aproveitáveis.

Enquanto o desemprego cresce, a miséria avança assustadoramente e a inflação consome a pouca renda, o ministro da Economia se prende a declarações idiotas e se concentra na inação. Nem previsão econômica ele acerta.

Guedes não tem a mínima capacidade de pensar políticas públicas com começo, meio e fim, planejamento e articulação.

Assim como o chefe, Guedes se prende na tolice. Mas uma coisa é Bolsonaro falar para os fiéis da seita no chiqueirinho, outra é Guedes encarar o Parlamento ou os investidores internacionais.

Não à toa, estes foram embora.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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