//ANÁLISE// Biden dá xeque em Bolsonaro

                                                                                                                                                                

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Todo mundo sabe que qualquer medicamento fica mais barato a partir da quebra da patente. Os chamados genéricos têm preços mais em conta porque não precisam pagar pela propriedade intelectual.

A mesma lógica vale para as vacinas. A Pfizer deverá ter um lucro de R$ 5 bilhões com a venda de imunizantes. A empresa está sendo criticada até nos EUA por concentrar sua operação em países ricos por visar exclusivamente o lucro.

Diante da catástrofe da covid-19, Índia e África do Sul recorreram à Organização Mundial do Comércio (OMC) com pedido de quebra da patente do imunizante, tornando-o mais barato e, portanto, mais acessível aos países pobres.

Tecnicamente, o pedido é para a suspensão de regras do Acordo de Trips, que versa sobre a propriedade intelectual. Esse procedimento valeria durante a pandemia.

A iniciativa conta com o apoio de 50 países em desenvolvimento. Entre eles não está o Brasil.

Rompendo uma tradição de décadas, o Brasil não está alinhado com os países em desenvolvimento nem com seus aliados na política internacional.

Satisfeito com o genocídio que provoca na população brasileira, Bolsonaro ordenou que o Brasil permanecesse aliado aos interesses de Donald Trump e não quer facilitar o acesso à vacina.

O problema é que nesta quarta-feira (5), o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que o país vai apoiar a quebra de patentes. O ex-presidente Lula elogiou a decisão e Bolsonaro ficou contrariado.

Com esse gesto “revolucionário”, o Brasil fica ainda mais isolado no mundo. Renova-se a pergunta: o que faz o governo (?) Bolsonaro ser contrário à quebra de patente de vacina em plena pandemia?

Com a palavra, o genocida.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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