//ANÁLISE// O país da deseducação

                                                                                                                                                           

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


No Dia Mundial da Educação, nesta quarta-feira (28), sete ex-ministros divulgaram uma carta na qual fazem sérios alertas para as consequências do descaso do governo (?) Bolsonaro com o setor.

Segundo eles, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) está "em perigo".

O órgão, ligado ao Ministério da Educação, é o responsável pelas avaliações de alunos em todo País. O exemplo mais conhecido é o Enem. Bem ao gosto de Bolsonaro, que odeia estatísticas e dados que desacreditem suas mentiras.

O documento considera que o Inep "vem sendo gravemente enfraquecido e isso coloca em risco políticas públicas cruciais para gestores educacionais, professores, alunos, familiares e até governantes de todos os níveis". Mesmo as prefeituras são atingidas.

Para se ter uma ideia da despreocupação do governo (?) com o Inep, o órgão está no quinto presidente em pouco mais de dois anos.

O Inep tem sido excluído das discussões sobre avaliação, assunto para o qual tem corpo técnico especializado e treinado.

O MEC descumpriu lei aprovado no ano passado para abastecer Estados e municípios com pacotes de dados e computadores para assegurar que todos os estudantes das redes públicas tivessem acesso às aulas à distância na pandemia.

O Ministério da Educação está sendo ocupado por apadrinhados do astrólogo Olavo de Carvalho e indicados de igrejas pentecostais. Estão transformando a educação numa jornada religiosa em favor da ignorância.

A situação desesperadora passa pelo corte de verbas para o MEC e até pela descabida proposta de homeschooling. O uso desse termo no lugar de ensino doméstico já serve para qualificar quem o propôs.

Trata-se de uma aberração para um Brasil onde centenas de milhões de domicílios são desprovidos de condições mínimas para uma tarefa tão importante para o futuro das crianças, de suas famílias e do próprio País.

Isso sem falar em milhares de outros aspectos sociais e psicológicos para a formação do indivíduo, como dessocialização, preparo pedagógico e complementariedades.

O Brasil já é carente de competitividade e de mão de obra qualificada, o que tem freado o crescimento econômico, numa situação agravada pela incompetência de Paulo Guedes e do genocida.

Educação é essencial. Um país sem educação eficiente está fadado ao fracasso.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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