//ANÁLISE// O exemplo de Chapecó

                                                                                                                                            


Fernando Pesciotta



Alguns acham um exagero chamar Bolsonaro de nazista. Mas ele se esforça diariamente para desmentir esses críticos.

O Financial Times, um dos mais prestigiados jornais do mundo, relata a relação direta entre velocidade da vacinação contra covid-19 e recuperação da atividade econômica.

Países que vivem novas ondas de infecções têm "perspectivas de crescimento com grande divergência".

O principal motor do sucesso econômico neste ano, e talvez até em 2022, será a capacidade de controlar o vírus, segundo o índice de rastreamento Brookings-FT.

Na Inglaterra, por exemplo, 100% da população pode fazer até dois testes de covid-19 por semana, de forma a rastrear a pandemia e assegurar a reabertura dos negócios.

As economias avançadas vão superar os emergentes em crescimento, indicadores financeiros e confiança dos investidores, ampliando as desigualdades.

Definitivamente, o Brasil não está preparado para esse desafio.

Qualquer gestor sabe que num momento desse é preciso montar um comitê de crise, organizar uma equipe competente, articulada, com canais de comunicação que possibilitem velocidade na análise de dados científicos e ações efetivas. Isso é o mínimo.

Mas o que se vê por aqui é uma fábrica de fake news instalada na sede do governo, descaso, desarticulação, ignorância, desinformação e investimento de todos os esforços em técnicas e medicamentos sem comprovação de combate ao vírus. Uma covardia.

Nesta segunda-feira, o inominável anunciou que irá a Chapecó (SC), cidade que adotou tratamento precoce contra a covid-19.

Chapecó tem 243 mortos para cada 100 mil habitantes, ante média nacional de 157,7 por 100 mil, e de 158 no Estado. Está com 100% das UTIs ocupadas e transferiu pacientes para outras cidades.

Há 193 pessoas internadas, número superior ao de 20 de fevereiro (183 internados), quando estava em colapso.

No total, são 537 mortos, sendo 410 neste ano, quando o prefeito cloroquina tomou posse.

“Chapecó fez um trabalho excepcional”, postou Bolsonaro nas redes sociais.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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