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Fernando Pesciotta
O ministro Paulo Guedes acha que o governo deu bolsas em universidades para “todo mundo” por meio do Fies. “O filho do meu porteiro foi para a universidade tendo zerado no vestibular”, queixou-se.
Sem citar detalhes ou provas, ele disse que até quem não tinha a “menor capacidade” e "não sabia ler nem escrever" entrou na graduação por meio do Fies.
As declarações foram feitas na reunião do Conselho de Saúde Complementar. Ele não sabia que estava sendo gravado.
O ministro está mentindo ou reproduzindo por ignorância uma mentira contada para ele, pois o Fies tem exigências de nota mínima para aprovar o financiamento. Um ministro da Economia não pode ignorar isso.
Para Guedes, o Fies foi um “desastre que enriqueceu meia dúzia de empresários”. O que o ministro não disse é que ele é participante de fundos de investimento com ações de empresas de ensino a distância, teoricamente concorrentes de universidades que contam com recursos do Fies.
Com a revelação, Guedes tentou contornar. Reconheceu que ele mesmo é fruto de financiamentos públicos para a educação.
Mas a espontaneidade na tal reunião fala mais alto. Caracteriza o mesmo Guedes que já criticou as empregadas domésticas que foram para a Disney, os pobres que não poupam e ficam gastando dinheiro. O mesmo Guedes que mandou cortar dinheiro do Censo porque “quem pergunta demais ouve o que não quer” e mandou taxar livros porque só rico os lê.
O problema é que não há quem tome providências. Afinal, o chefe de Guedes é do mesmo tecido, com o agravante de ser ainda mais tosco.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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