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Fernando Pesciotta
Por dever de ofício, acompanhei a Lava Jato desde o primeiro dia. Durante bons anos, feriados, férias e fins de semana eram tomados, assim como da minha brava equipe de trabalho, pelo acompanhamento de cada passo desse grande esquema orquestrado longe do território brasileiro.
Desde sempre repeti que a operação era política. Nesses anos, parecia que pregava no deserto. Incontáveis vezes me vi em debates com quem agia de má-fé ou expressava a ignorância propagandeada por uma imprensa disposta a participar do jogo político.
As últimas decisões do STF, particularmente desta quinta-feira (22), que confirma a parcialidade de Sérgio Moro, servem de alento.
Fico particularmente feliz ao ouvir o voto de ministros com os mesmos argumentos que eu já usava antes mesmo de surgirem os vazamentos de conversas dos operadores da Lava Jato, que foi instrumentalizada para servir a interesses políticos e estratégicos.
É uma questão de cidadania. Justiça não se faz com tonalidades políticas, ideológicas e partidárias. Não quero estar num país onde a Justiça age de forma parcial. Ontem era Lula, amanhã pode ser qualquer um de nós.
Que fique claro para o todo o sempre: juiz julga imparcialmente, promotor acusa e polícia acata o que for definido pela Justiça. Qualquer coisa que fuja desse script é tão ilegal quanto a corrupção.
Da mesma forma, é alentador ver Bolsonaro confirmar, para o mundo todo ouvir, que é covarde. Em seu “discurso” na Cúpula do Clima, sem esconder o tom autoritário, com ordens sempre na primeira pessoa, esqueceu as bravatas repetidas até ontem e mentiu descaradamente.
Diante da pressão “globalista”, deu uma banana para o gado e teve de assumir como suas as ações contra o desmatamento adotadas nos governos petistas. O genocida prova diariamente que é uma grande farsa acovardada.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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