//PANDEMIA// Estado tem mortes recorde; Ribeirão Preto decreta lockdown e Campinas estuda medida



Duas das maiores cidades do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto e Campinas, adotaram medidas mais rígidas para combater a pandemia do covid-19, que vem se alastrando rapidamente: nas últimas 24 horas, foram registradas 679 mortes por covid-19 no Estado, número recorde.

Em Ribeirão Preto, a prefeitura anunciou nesta terça-feira, 16 de março, o fechamento de atividades essenciais e a restrição na circulação de pessoas na cidade por pelo menos cinco dias, por causa da situação de pré-colapso nos sistemas público e particular de saúde.

A cidade entrará em “lockdown”, segundo o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), a partir desta quarta-feira, 17 de março. As restrições devem permanecer até domingo, 21 de março, e serão mais rígidas do que as impostas recentemente pela fase emergencial decretada pelo governo do Estado.

A taxa de ocupação dos leitos é de 95,1%, com 82 óbitos pelo covid-19 só em março.

O serviço de transporte coletivo será interrompido e apenas atividades consideradas essenciais continuarão funcionando, mas com restrições.

Campinas vai endurecer as multas e sanções por descumprimento do toque de recolher a partir das 20 horas. A decisão torna as medidas restritivas no município ainda mais severas que a fase emergencial determinada pelo governo de São Paulo.

O município contabiliza 2.041 mortes pelo covid-19 e no boletim da prefeitura desta terça-feira conta com apenas três leitos livres de UTI do SUS exclusivos para a doença. Há mais de 100 pessoas na fila por vagas em UTI ou leitos de enfermaria para tratamento do covid-19.

O anúncio de novas medidas restritivas ocorre horas depois de o prefeito de Campinas, Dario Saadi (Republicanos) propor que as cidades da região metropolitana adotem medidas ainda mais duras, como um lockdown, para conter o avanço de mortes, internações e casos de covid-19.

Segundo a prefeitura de Campinas, a maioria dos prefeitos aceitou discutir a possibilidade, mas optou por avaliar por mais dois dias os efeitos da atual fase emergencial do Plano São Paulo, os dados epidemiológicos e os índices de isolamento.

Uma nova reunião foi marcada para sexta-feira com possibilidade de um encontro extraordinário antes disso, destaca a administração.

Ao todo, o Estado de São Paulo soma 64.902 mortes provocadas pelo novo coronavírus e 2.225.926 casos confirmados.

No ano passado, o maior número de mortes foi registrado no dia 13 de agosto, quando foram registradas 455 mortes

Há três semanas, o Estado vem batendo o recorde no número de pessoas internadas. Nesta terça-feira o Estado soma 24.992 pessoas internadas, sendo que 10.756 delas estão em estado grave, em UTIs. A taxa de ocupação de leitos de UTI em todo o Estado continua subindo e hoje já atingiu a marca de 90%.

O número de novos casos contabilizados nas últimas 24 horas também é o mais alto do ano: 17.684.

Desde o dia 6 de março, todo o Estado de São Paulo está na Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo, onde somente serviços considerados essenciais podem funcionar. Mas, na semana passada, o governo decidiu endurecer ainda mais essa medida. Com isso, ontem (15) entrou em funcionamento em todo o Estado a fase emergencial, com medidas ainda mais restritivas. As aulas da rede pública foram suspensas, jogos de futebol paralisados e cultos e celebrações religiosas coletivas foram proibidos. Foi estabelecido ainda um toque de recolher, das 20 às 5 horas. A medida pretende reduzir a circulação do vírus e evitar uma sobrecarga nos hospitais.

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