//ANÁLISE// Presidente da Câmara fala em remédio “amargo e fatal”

                                                                                                                                      


Fernando Pesciotta



Definitivamente, ninguém está satisfeito com Bolsonaro. Sejamos sinceros, bolsonaristas, no fundo, no fundo, nem vocês estão felizes com o genocida. Buscam um jeito de defendê-lo porque o amor parece incondicional, mas lá no fundinho surge a racionalidade.

Aliados estão se insurgindo. Horas depois de se reunir com Bolsonaro para discutir a criação de um comitê entre os Poderes na gestão do combate à pandemia, o presidente da Câmara, Arthur Lira, cobrou o governo.

Disse que se não houver correção de rumo, a crise pode resultar em "remédios políticos amargos" a serem usados pelo Congresso, “alguns deles fatais”. Para o bom entendedor, ele está ameaçando com impeachment.

A fala de Lira, que chegou ao comando da Câmara como um dos líderes do Centrão, pode ser sinal de desidratação do apoio ao governo.

Em outra frente, o Congresso passou a exigir a demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, aquele que, mesmo sendo responsável pela política externa do País, acha que a Terra é plana.

Numa conturbada sessão no plenário, os senadores pediram a saída do ministro por considerá-lo inepto e incompetente na busca por vacinas em outros países. O problema é que nenhum país quer ter relações com o nosso ministro de Relações Exteriores. Dá para entender?

O presidente da Câmara, o mesmo que fala em “remédio amargo e fatal”, também cobrara de Araújo maior agilidade nas relações com países que possam ajudar na obtenção de insumos e vacinas.

Um dos seus parças, o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, foi pego em flagrante fazendo gestos “controversos” no Senado. Enquanto o presidente da Casa falava, o idiota estava lá atrás com o gesto usado pelos supremacistas brancos dos EUA.

É esse tipo de gente delinquente e inconsequente que nos governa. Por isso muita gente coloca as asinhas de fora, como os empresários do setor de transporte de Minas Gerais.

Muito mais espertos do que todos nós, eles importaram vacina contra covid-19 da Pfizer e em vez de doá-las ao SUS, como manda a lei, as aplicou neles mesmos e em seus familiares.

Segundo a denúncia da revista Piauí, cada um dos 50 malandros do grupo pagou R$ 600 pelas duas doses da vacina.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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