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Fernando Pesciotta
O poder midiático do ex-presidente Lula e sua capacidade de interagir com o cenário político são gigantescos e inegáveis, goste-se ou não dele.
Nesta quarta-feira (10), Lula fez seu primeiro pronunciamento desde as decisões do STF que lhe dão a condição de presidenciável. Voltou a atacar Sergio Moro, criticou Jair Bolsonaro (o que não é difícil), agradeceu ao ministro Edson Fachin, do STF, e defendeu a vacinação.
Transmitida ao vivo, com a audiência confessada de Bolsonaro, a manifestação imediatamente se transformou no principal destaque da mídia brasileira, repercutiu na imprensa internacional e permanece entre os assuntos mais comentados nas redes sociais.
“Sei que fui vítima da maior mentira política contada em 500 anos de história [do Brasil]” é uma das frases ditas pelo ex-presidente que ecoam em posts e na imprensa.
Lula relembrou seu governo e pregou a união entre os brasileiros, uma provocação a Bolsonaro, que nunca adotou um discurso de convergência.
Economistas avaliam que fica difícil o mercado financeiro reeditar o “risco Lula”. De fato, a reação foi positiva. A Bolsa fechou em alta de 1,30% e o dólar caiu 2,50%.
Até Rodrigo Maia (DEM) aproveitou. Numa série de tuítes, comparou Lula a Bolsonaro.
“Um tem visão de país, o outro só enxerga o próprio umbigo. Um defende a vacina, a ciência e o SUS, o outro defende a cloroquina e um tal de spray israelense. Um defende uma política externa independente, o outro defende a subserviência”, postou Maia.
A partir da manifestação de Lula, Bolsonaro abraçou o marketing. Ele participou de cerimônia no Planalto usando máscara.
“Nos próximos dois meses vacinaremos dezenas de milhões de brasileiros”, postou Flávio Bolsonaro após a fala de Lula.
Eduardo Bolsonaro, porém, entregou o jogo e reforçou como de fato é a família. Num vídeo postado no Instagram, no dia de novo recorde de mortes por covid-19 no País, mandou a população “enfiar a máscara no rabo”.
Com o efeito da volta de Lula ao cenário eleitoral, precisamos tomar cuidado com os placebos que Bolsonaro pode inventar para agora dizer que está vacinando a população. Partindo dele, tudo é possível.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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