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Fernando Pesciotta
A rejeição ao trabalho de Jair Bolsonaro na gestão da saúde para enfrentar a pandemia disparou ao maior nível, segundo pesquisa Datafolha.
Agora, 54% dos brasileiros veem sua atuação como ruim ou péssima, ante 48% no levantamento anterior, em janeiro.
Inacreditável, porém, é constatar que ainda existem 22% de brasileiros (?) que a consideram boa.
Fico imaginando o que passa pela cabeça de um cidadão assim. O País tem batido recordes no número de mortes há quase um mês. Já são mais de 280 mil óbitos, e crescendo – nesta terça-feira (16), o Brasil respondeu por 20% dos mortos em todo o mundo.
É como se a população total de Serra Negra morresse dez vezes. O número de mortos equivale a quase o dobro de toda a população do Circuito das Águas. Ou como se um terço da cidade de Campinas simplesmente desaparecesse.
Pior do que isso é que todos os especialistas indicam que o número de mortes ainda vai disparar. Por causa de uma política genocida, o País ainda não alcançou o pico da pandemia. Enquanto isso, por medo do capitão cloroquina, o novo ministro da Saúde diz que vai manter isso aí.
A pandemia se alastrava e não se vê o capital cloroquina defender atitudes mínimas que poderiam conter os contágios e as mortes, como usar máscara, adotar isolamentos e evitar aglomerações.
À BBC, o diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chapchap, diz que o “comportamento da população decepciona”. Mas lembra que nunca houve nenhuma campanha de comunicação do governo para incentivar essas atitudes, as que mais ajudam a evitar a proliferação do vírus.
Ao contrário, Bolsonaro cansou de ignorar e ironizar o uso de máscaras. Chegou a dizer, usando informação enviesada, falsa, que a máscara “faz mal”.
O que ele ganha ajudando a desinformar? Algum bolsonarista, por favor, pode me dizer o que ele ganha fazendo isso, além da alcunha de genocida?
Nesse contexto, ter 22% da população ainda achando que o capitão cloroquina faz uma boa gestão na saúde é pavimentar o caminho para um desastre ainda maior.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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