//SAÚDE// O tempo passa e a novela do castramóvel não tem fim



A novela do castramóvel, que se arrasta há sete anos, foi retomada pela Câmara Municipal na sessão desta segunda-feira, 15 de fevereiro. A vereadora Viviani Carraro (Avante) enviou um requerimento ao prefeito Elmir Chedid (DEM) solicitando informações sobre quando o veículo vai estar nas ruas para que sejam realizadas as castrações dos animais.

O requerimento foi encaminhado na presença de integrantes da Gava ONG Protetora de Serra Negra que estiveram no plenário para cobrar das autoridades o início imediato das castrações na cidade.

Além do castramóvel, Serra Negra dispõe também de recursos necessários para a aquisição de insumos e contratação de profissionais para realizar o trabalho de castração de cachorros e gatos.

A prefeitura, no entanto, ainda não decidiu se pretende usar o castramóvel ou cadastrar clínicas veterinárias para realizar o serviço.

“A pandemia aumentou o abandono de animais na cidade”, constatou Viviani. A vereadora avalia que a castração neste momento contribuiria para reduzir não só o número de animais abandonados como as despesas da Gava ONG.

As informações prestadas por vereadores da base de apoio do Executivo indicam que a prefeitura tende a contratar clínicas veterinárias para realizar as castrações, em vez de utilizar o castramóvel.

Mas para anunciar a decisão estaria levantando informações sobre custos para avaliar a opção mais prática e barata de realização do serviço de castração. 

“Precisa saber o que é mais barato: colocar o castramóvel em funcionamento ou fazer acordo com clínicos”, afirmou o vereador Wagner Del Buono (DEM).

O presidente da Câmara, César Augusto Borboni (PSC), o Ney, defendeu o cadastramento das clínicas veterinárias como alternativa mais viável e de menor custo. “Todas as clínicas da cidade podem se cadastrar e participar do mutirão de castração”, afirmou o vereador.

Ney avalia que a terceirização dos serviços é a opção mais adequada à escassez de recursos públicos dos últimos tempos. O vereador calcula que com o cadastramento das clínicas, em um prazo de um ano e meio Serra Negra concluiria as castrações necessárias.

A novela do castramóvel, iniciada em 2013, também tem componentes políticos. Serra Negra foi contemplada com o veículo adaptado para as castrações por meio de emenda ao Orçamento da União de autoria do deputado federal Ricardo Izar (PP), aprovada em 2017, quatro anos depois de apresentada. Izar não faz parte do grupo político da família Chedid, que venceu as últimas três eleições municipais - e esteve em outras três ocasiões à frente do Executivo serrano.

O vereador Roberto Almeida (Republicanos), de oposição do prefeito Elmir Chedid, que se ausentou das duas últimas sessões da Câmara por estar em isolamento social devido ao covid-19, é um dos responsáveis por solicitar o castramóvel e defender o seu funcionamento.

Após a aquisição do castramóvel por R$ 120 mil, o problema passou a ser a falta de recursos para os insumos necessários para as castrações. O problema foi resolvido com a aprovação de uma emenda, também de autoria de Ricardo Izar, que prevê o repasse de R$ 50 mil aos municípios para a compra de medicamentos e materiais cirúrgicos.

Se o veículo, chamado de Cavalo de Troia pelo vereador Beraldo Cattini (PSC),  não for utilizado, a pergunta dos vereadores é: “O que será feito do castramóvel?”

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