//ANÁLISE// Sem vacina, alta da gasolina e o BBB

                                                                                                                              


Fernando Pesciotta


A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (18) o quarto aumento de preços dos combustíveis às distribuidoras em 2021, levando a gasolina para alta acumulada de 34,78% e do diesel, de 27,72% neste ano.

À noite, Jair Bolsonaro anunciou que a partir de 1° de março fica zerado o imposto federal – PIS, Cofins e Cide – incidente no preço do diesel.

Um dos pecados capitais cometidos pelas gestões anteriores foi a “interferência” na Petrobras, algo nunca comprovado.

Tanto assim que ficou famoso nas redes sociais um vídeo no qual uma moça faz um escândalo num posto de gasolina ao protestar contra o preço do combustível, cujo litro à época custava R$ 2,80.

No vídeo, de março de 2015, a moça, aos gritos e às babas, esganiça para que ninguém abasteça seus carros, de forma a forçar uma queda do preço. Seu protesto era contra a presidente Dilma Rousseff.

Com a gasolina custando, em média, R$ 4,83, segundo a ANP, embora tenha posto cobrando até R$ 5,60, não se sabe o que a moça do vídeo está fazendo da vida. O litro do diesel custa R$ 3,87, também em média indicada pela Agência Nacional do Petróleo.

Isso tem impacto no custo de vida do brasileiro. Mas a preocupação do capitão cloroquina é com os caminhoneiros. Ele havia assumido um compromisso com a categoria e não cumpre. Os donos de frota seguraram as pontas, mas os autônomos já ameaçaram uma paralisação no começo de fevereiro.

O capitão cloroquina considerou o aumento anunciado pela Petrobras “fora da curva” e “excessivo”. Disse que a medida “vai ter consequência” e ameaça “mudar alguma coisa”.

Analistas consideram que o presidente da Petrobras pode ser demitido, resultado de uma “ingerência”. Economia liberal é isso. Um governo sem rumo, sem planos e sem comando é uma contradição atrás da outra.

A falta de política pública afeta a saúde do brasileiro. O País totaliza 243.610 mortos na pandemia. Nas últimas 24 horas, foram 1.432 óbitos, com 29 dias de média móvel de mortes acima de mil.

Desabastecidos da vacina, os governadores tentam se virar sozinhos e se queixam do Ministério da Saúde.

O Brasil sofre escassez de vacinas contra a Covid-19, o número de mortos continua elevado, não temos ministro da Saúde, o preço dos combustíveis sobe pela quarta vez em 49 dias, um deputado federal está preso por ameaçar a suprema corte do País e mais de 40 milhões de pessoas aguardam uma decisão sobre o auxílio emergencial.

Nas redes sociais, os quatro assuntos mais comentados são todos relacionados ao BBB.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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