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Fernando Pesciotta
Enquanto faz um estrago populista nas estatais, acelerando a fuga de capitais, Bolsonaro não esquece de dar velocidade à mortandade por covid-19. Enquanto o mundo todo se apoia na esperança trazida pelas vacinas, o capitão cloroquina abre licitação para a compra de... cloroquina!
Não só ele. O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que na semana passada saiu do exílio, é alvo de dez procedimentos do Ministério Público Federal.
Neste domingo (21), Pazuello publicou nota pública pedindo ajuda da Casa Civil para negociar a compra de vacinas.
O general pode estar chegando ao seu limite como bode expiatório. Ele continua no cargo apenas para que sua incompetência sirva de para-raios para o capitão cloroquina, o nosso pesadelo.
Ao menos sete capitais paralisaram a vacinação por falta de imunizantes. Mesmo assim, o Ministério da Saúde reconhece que deverá disponibilizar 5,6 milhões de doses neste mês, ou 49,5% das 11,3 milhões projetadas.
Nesse total indicado pelo ministério para ser efetivamente entregue estão as vacinas que virão da Índia. Ou seja, pode ser até que a pasta não consiga disponibilizar nem as 5,6 milhões de doses.
Com o atraso na vacinação, o pico de mortes será mais longo, segundo especialistas ouvidos pela imprensa. Eles acrescentam que se nenhuma medida drástica for tomada, o País viverá uma catástrofe ainda maior em março.
Bahia e Pernambuco já vivem dramas. Salvador tem 80% das UTIs ocupadas. O governo do Estado ampliou o toque de recolher.
Olhando apenas para a política e a ocupação de cargos no governo, o Centrão agora descarta a instalação de CPI da Saúde.
Uma pontinha de esperança está novamente no STF. Ainda neste domingo, a ministra Rosa Weber enviou à PGR notícia crime contra Bolsonaro por distribuir cloroquina. Que o STF possa nos acordar desse pesadelo.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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