//ANÁLISE// Da milícia ao terrorismo

                                                                                                                   


Fernando Pesciotta



O presidente dos EUA, Joe Biden, que há tempos critica o desmatamento da Amazônia, agora tem em mãos um dossiê que pede a suspensão de acordos, negociações e alianças políticas com o Brasil enquanto Jair Bolsonaro estiver na Presidência.

O dossiê, com 31 páginas, aponta que a aliança entre Donald Trump e Bolsonaro teria colocado em xeque o papel de "Washington como um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia".

"A relação especialmente próxima entre os dois presidentes foi um fator central na legitimação de Bolsonaro e suas tendências autoritárias", aponta o documento.

Como alertado diversas vezes, a consequência prática de um governo nazista e sua política externa desprovida de racionalidade é um enorme prejuízo para o País.

O dossiê que está com Biden recomenda restringir importações de madeira, soja e carne do Brasil.

Bolsonaro leva para a estrutura de governo tudo que aprendeu na milícia e nas profundezas da Câmara. Num esforço comovente, a cada dia lança uma nova aberração. Às vezes, mais de uma por dia.

As mais recentes são os pedidos para o Congresso acelerar a liberação de armas, autorizar a mineração em terras indígenas e permitir que crianças deixem de ir à escola e sejam “educadas” em casa.

Ainda no Congresso, Bolsonaro e sua família deram uma forcinha para que a excrescência chamada Bia Kicis fosse indicada para presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

Bia Kicis é uma criminosa que fez um discurso na tribuna da Câmara, dia 21 de maio de 2020, defendendo a intervenção militar no País. Ela é processada pelo STF no caso das fake News e usou recursos públicos para atacar a Corte.

Ela é acusada de envolvimento com o grupo de terroristas que atentou contra o STF. Sua indicação, portanto, equivale a colocar o chefe da milícia para ser secretário de Segurança, ou presidente da República.

A quadrilha se protege. Bolsonaro contratou por R$ 360 mil e sem licitação uma empresa de Bruno Ricardo Costa Ayres, sócio de Allan dos Santos no canal Terça Livre, para prestar serviços ao programa liderado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Allan é integrante do mesmo grupo terrorista e chegou a ser preso por isso.

Em que buraco nos meteram.

Obs: Em plena pandemia, cadê o ministro da Saúde?

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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