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Prefeito Elmir Chedid participou da reunião do Comtur que discutiu o Plano Diretor de Turismo |
Salete Silva
O novo Plano Diretor de Turismo de Serra Negra deverá priorizar investimentos em pelo menos cinco segmentos: turismo rural, ecoturismo, turismo de negócios e eventos, turismo de aventura, turismo cultural e turismo de esportes.
Esses setores foram escolhidos e aprovados pelo Conselho Municipal de Turismo (Comtur) durante reunião realizada na segunda-feira, 18 de janeiro para discutir a revisão do Plano Diretor de Turismo.
A proposta de revisão está sendo feita pela empresa de consultoria da professora Cândida Baptista, da Universidade São Francisco (USF), a mesma contratada em 2019 para elaborar o Plano de Mobilidade Urbana de Serra Negra, apresentado no fim de 2020.
O projeto de revisão deverá ser aprovado pelo Comtur e submetido à Câmara Municipal de Serra Negra ainda este ano, segundo o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Carlos Tavares.
A revisão do Plano Diretor, exigida pela Lei Complementar nº 1.261/15, é condição fundamental para que os projetos turísticos do município nos cinco segmentos selecionados pelo Comtur possam receber recursos dos governos federal e estadual, destinados a investimentos nessas áreas.
Além da pandemia, que dificultou a etapa de pesquisa para levantamento do perfil do turista serrano, a empresa de consultoria tem enfrentado algumas dificuldades para colher informações essenciais para a elaboração da proposta, como entrevistas com empresários da rede hoteleira, bares e restaurantes.
Dos 75 questionários enviados aos comerciantes e hoteleiros da cidade, apenas dois responderam à pesquisa, segundo a professora. O questionário ficou à disposição dos empresários, no período de 20 de dezembro de 2020 a 22 de janeiro de 2021.
Integrantes do Comtur, no entanto, informaram que não receberam o questionamento e que devem colocar à disposição da consultora os contatos dos empresários para que os questionários sejam reenviados.
A coleta de informações sobre o perfil do turista serrano foi realizada por meio das redes sociais no ano passado durante a pandemia, o que dificultou a entrevista dos visitantes das faixas etárias mais velhas.
Os turistas mais idosos têm menor acesso à internet e estavam impossibilitados de responder aos questionários de forma presencial devido ao isolamento social e ao maior risco de contaminação.
Essas condições podem ter afetado as informações referentes ao perfil dos turistas, como a de que a maior parte dos visitantes estaria na faixa etária que varia de 19 a 45 anos.
Para representantes da rede hoteleira, em especial, a maior parte dos turistas da cidade estaria em faixas etárias mais elevadas, a partir dos 35 anos.
As informações da pesquisa feita entre os turistas, no entanto, revelam dados considerados relevantes pela empresa de consultoria. Além de mostrar que 61,7% deles estão nessa faixa etária entre 19 e 45 anos, a renda familiar varia de R$ 2.090,00 a R$ 5.225,00.
O tíquete médio gasto por dia na cidade por turista é de R$ 100 e a permanência na cidade de mais da metade dos visitantes (51,6%) é de 3 a 5 dias. Cerca de 22% dos turistas permanecem até 8 horas em Serra Negra.
“A renda familiar é alta em termos de Brasil se consideradas as faixas de renda do IBGE”, afirmou a consultora. O tíquete de R$ 100 por pessoa, ela avalia, também é de um valor significativo. Os turistas procuram Serra Negra para descanso e os principais atrativos da cidade são o clima e a natureza.
Entre os dados positivos apresentados pela pesquisa, destaca-se a satisfação dos turistas em relação à expectativa do passeio.
Numa escala de zero a 5 (excelente), 75,3% dos turistas entrevistados deram notas de 4 a 5. “Isso não é comum acontecer em pesquisas e indica que a expectativa foi atendida por mais de 94% dos entrevistados”, informa a consultora.
Há alguns desafios, no entanto, a serem vencidos, como a definição de uma identidade cultural para cidade. A consultora sugeriu o resgate da cultura do café, contrariando a opinião de parte dos integrantes do Comtur que preferem focar a identidade da cidade no bem-estar.
Capacitação de trabalhadores, maior integração entre comerciantes e hoteleiros e despertar o interesse da população para que participe desse debate são também desafios para a construção de um Plano Diretor de Turismo que atenda aos anseios de toda a sociedade serrana, do cidadão aos trabalhadores e empresários.
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