//SAÚDE// Doria admite que São Paulo vive segunda onda da pandemia

Doria, na reunião com os novos prefeitos: 2021 será um ano de dificuldades

Em reunião virtual hoje (6) com os 645 prefeitos do Estado de São Paulo eleitos e que iniciaram seus mandatos este mês, o governador paulista, João Doria (PSDB), disse que o Estado vive a segunda onda do novo coronavírus.

"Não tínhamos essa expectativa até outubro, mas lamentavelmente São Paulo, Brasil e 215 outros países estão vivendo uma segunda onda deste vírus. Isso exige cuidado, zelo, disciplina, perseverança e coragem para fazer o que precisa ser feito para defender vidas”, disse.

Doria previu que 2021 será um ano de dificuldades: "Teremos um ano de 2021 difícil, muito mais difícil do que imaginaríamos até outubro do ano passado."

Os casos, mortes e internações por covid-19 têm crescido no Estado desde novembro. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, em dezembro, os casos cresceram 76% na comparação com o mês anterior. Os óbitos também tiveram crescimento, de 66%, em relação a novembro. 

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que há dez hospitais em todo o Estado que atingiram a capacidade máxima de atendimento.

"Nós tivemos um incremento do número de casos, óbitos e internações em todas as regiões do Estado. Entendemos que era algo que jamais imaginávamos tanto no mundo, no Brasil e no próprio Estado, porque vivenciávamos, durante 12 ou 13 semanas, uma evolução de queda de todos esses índices e que, de uma forma muito abrupta, voltou a varrer tanto vidas quanto encher os nossos hospitais", disse o secretário.

Na reunião, o governador e seus secretários cobraram dos prefeitos o respeito ao Plano São Paulo, que fixa parâmetros para a retomada econômica no Estado durante o período da pandemia. Durante as festas de fim de ano, quando o governo determinou a volta à Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo, em que somente serviços considerados essenciais podem funcionar, houve desrespeito às regras. Segundo o governador, cerca de 20 prefeitos descumpriram as medidas e mantiveram o comércio aberto no período.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, os prefeitos que continuarem descumprindo as medidas poderão responder não só ao Ministério Público como também ser punidos, ficando no "final da fila" nos programas do governo. O secretário não informou se "ficar no final da fila" também significaria ficar por último durante a campanha de imunização.  “Vamos priorizar aqui aqueles [prefeitos] que seguem o Plano São Paulo nos nossos atendimentos. Aqueles que forem irresponsáveis vão para o fim da fila neste momento”, disse Vinholi.

Vacina

Durante a reunião, Gorinchteyn apresentou aos prefeitos o Plano de Imunização de São Paulo e disse que o Estado vai iniciar a campanha de vacinação no dia 25 de janeiro. O plano é uma previsão de como funcionará a vacinação no Estado de São Paulo caso a vacina CoronaVac, que vem sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac, seja aprovada nos testes de eficácia. Apesar de ainda não ter divulgado os resultados dos testes de eficácia oficialmente, o secretário garantiu aos prefeitos que a vacina é eficaz, com índices superiores aos esperados pela Organização Mundial da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Pelo plano de imunização estadual, na primeira fase de aplicação da vacina no Estado serão imunizados os profissionais da área da saúde, indígenas, quilombolas e idosos acima de 60 anos, público que soma 9 milhões de pessoas em São Paulo e que é responsável por até 77% das mortes provocadas pelo novo coronavírus. 

O governo pretende ampliar o total de postos de vacinação, que hoje somam 5,2 mil espaços. A intenção é que a vacinação possa ocorrer também em quartéis, escolas, estações de trem, terminais de ônibus, farmácias e sistema "drive-thru". 

Pelo acordo assinado com a Sinovac, o Estado de São Paulo vai receber 46 milhões de doses da vacina. Até este momento, cerca de 11 milhões de doses já chegaram ao Estado. A vacina é aplicada em duas doses e, segundo o governo, nesta primeira etapa da campanha de vacinação, as doses serão dadas num intervalo de 21 dias.

Empregos 

O secretário estadual da Fazenda e do Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, disse na reunião com os 645 prefeitos paulistas que a vacinação não é só uma medida eficaz de combate ao novo coronavírus, mas que também é importante para a retomada econômica e a criação de empregos.

“Estou hoje firmemente convicto disto: a vacinação é a principal política de geração de emprego e crescimento da economia em 2021. Não só salva vidas: vai permitir crescimento e geração de empregos”, disse ele. (Agência Brasil)

Comentários