//ANÁLISE// Aparelhamento das estatais

                                                                                                    


Fernando Pesciotta


O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, foi nomeado para o cargo em agosto com o objetivo de dar maior competitividade à instituição e encaminhar sua privatização, segundo o noticiário da época.

Menos de cinco meses depois, Brandão pode estar de saída do BB. Isso porque Jair Bolsonaro, que muita gente acha que comanda um governo liberal, não está satisfeito com os “efeitos políticos” da gestão de Brandão e não gostou de saber que o banco vai fechar agências e demitir funcionários.

Bolsonaro, especula-se, pode estar querendo aproveitar a situação para indicar alguém alinhado com o Centrão.

A notícia teve reação imediata no mercado financeiro. As ações do banco passaram a cair e fecharam o pregão desta quarta-feira (13) com queda de 5%.

Brandão, oriundo do HSBC, chegou ao BB pelas mãos do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e foi aprovado pelo ministro Paulo Guedes.

Mesmo que ele não saia, e goste-se ou não da ideia de privatizar o BB, o processo de fritura iniciado pelo Planalto comprova que de liberal o governo Bolsonaro não tem nada.

Além de agraciar partidos políticos que lhe possam ser úteis para evitar um impeachment e se manter no cargo, Bolsonaro nomeou mais de 3 mil militares para estatais e para a administração direta.

O governo Bolsonaro é controlador, intervencionista, ditatorial e adora aparelhar as estatais. Tudo que os bolsonaristas diziam que os governos anteriores faziam.

Culpado


A atuação do governo Bolsonaro na pandemia, considerada negativa, é alvo de críticas do Relatório Mundial 2021 da Human Rights Watch, para quem Bolsonaro sabota medidas para conter a pandemia. O desmatamento da Amazônia e assassinatos cometidos pelas polícias também constam do documento.

Logo depois da divulgação do relatório, Bolsonaro voltou a dar razão às conclusões da ONG. Ele novamente ironizou a CoronaVac e explicitou sua contrariedade com o processo de vacinação. É réu confesso.

Greve de caminhoneiros


Lideranças de caminhoneiros entregaram uma extensa pauta de reivindicações ao Ministério da Infraestrutura. O governo reconhece que não poderá atender a todos os pedidos. Os caminhoneiros, por isso, ameaçam parar o país com uma greve a partir de 1º de fevereiro.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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