//ARTE// Os "vermelhos" de Patricia Mesquita vão colorir Serra Negra

Exposição poderá ser visitada aos sábados e domingos, de 19 de dezembro a 17 de janeiro


A Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari abre ao público no sábado, 19 de dezembro, a exposição "Vermelhos", da artista plástica paulistana Patricia Mesquita. A mostra, que poderá ser visitada aos sábados e domingos, das 10 às 16 horas, até o dia 17 de janeiro, sucede a do arquiteto e pintor serrano Marcio Accorsi, que inaugurou a galeria de arte da Casa e pode ser vista até este fim de semana.

"Vermelhos" é composta de dez quadros produzidos em 2012, que, segundo Patricia, formam uma unidade.

A artista, nascida em 1961, é formada em filosofia e estudou artes nos ateliês de Terezinha Barachini, Paulo Nesadal e Osmar Pinheiro. Mais recentemente aprofundou seus estudos de colagem com Renata Cruz. 

Seus trabalhos vão do desenho à pintura, passando pela fotografia e à colagem de imagens rasgadas e recortadas. 

Em 2006 ela lançou o livro "PM2", com obras do início de carreira.

Patrícia já expôs seus trabalhos na Galeria Di e na Galeria Virgílio. Atualmente trabalha em colagens em papel e digitais no seu ateliê em São Paulo e mantém o site patriciamesquita.art .


Patricia: cinema, fotografia, quadrinhos
e desenhos animados, as influências

Cinema, fotografia, quadrinhos e desenho animado são as maiores influências da arte de Patricia Mesquita. "Fiquei maravilhada com a a cópia colorida do clássico 'Metrópolis', de Fritz Lang, e comecei a fazer pequenos desenhos de cenas do filme", conta. "Daí fui estudar pintura com a artista Tereza Barachini e com o Paulo Nesadal."

Os filmes "Paris, Texas", de Win Wenders, e "Blow Up", de Michelangelo Antonioni, além de outros filmes que, segundo ela, "levavam a sensação de pintura para a tela", a marcaram bastante. Mas, diz, "gostava principalmente de quadrinhos, nacionais e estrangeiros e revistinhas de terror". Depois, prossegue, "veio o interesse por revistas de moda, tipo 'Vogue' e 'Elle', que têm fotógrafos de arte maravilhosos".

Patricia afirma que ama "o surrealismo e os surrealistas, Buñuel em filme, Dali em pintura", e adora a cultura nordestina e os ceramistas, os pintores e as cores. "Morei no Recife de 1980 a 1984 e convivi com artistas locais que me influenciaram muito, pela força da cor, principalmente." 

Outras influências foram os fotógrafos franceses da década de 50. "Depois me interessei pela artista multimídia Mariko Mori, que tem um trabalho colorido e estranho, e pelo mangá" - a história em quadrinhos de origem japonesa.


Trabalho de Patricia mistura pintura com colagens


Ela também diz que se sente influenciada pelos desenhos da Disney, pelos artistas plásticos Andy Warhol, Basquiat e Keith Harding, e pelos impressionistas e expressionistas. E ainda cita como inspiração para a sua obra os trabalhos de Chaim Soutine, Picasso, Van Gogh, Braque, Duschamps, Francis Bacon e Frida Khalo.

"Depois que eu comecei a misturar colagem nas pinturas é que fui conhecer melhor Robert Rauschenberg e a colagista Hannah Hoch e seus pares", afirma.
"Hoje em dia faço trabalhos menores e imprimo livrinhos com meus desenhos e colagens digitais e a fotografia continua sendo uma grande fonte de inspiração."

Patricia conta que sempre andou por São Paulo e fotografou muito a cidade: "Me encanta a velocidade, complexidade e urbanidade e então isso fica evidente no meu trabalho."

Entre os artistas brasileiros ela destaca Leonilson, Djanira e Luiz Zerbini, "entre tantos outros". E confessa que é difícil falar de influências, porque gosta de "muita coisa". 

Explica que começou a trabalhar em arte "meio por intuição, tentando achar um jeito de me expressar e me conhecer" e depois foi aperfeiçoar a técnica nos ateliês de outros artistas, como Osmar Pinheiro, "e entender os contextos da arte na história e no mundo". 

"Sempre gostei da teoria da arte, além do meu trabalho na prática, mas ainda assim meu trabalho continua sendo mais visceral do que cerebral", conclui.

A Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari está localizada na Rua Eliseu Franco de Godoy, 57, Centro, Serra Negra. O uso da de máscara de proteção facial é obrigatório para os visitantes. A entrada na sala de exposições é limitada a 4 pessoas por vez. 

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