//ANÁLISE// Imprensa e redes sociais criticam Bolsonaro

                                                                                       


Fernando Pesciotta


Com o crescimento acelerado do número de novos casos e de mortes por Covid-19, Jair Bolsonaro deu mais uma demonstração de sua insensatez e desprezo ao dizer que a pandemia está no “finalzinho”.

Veículos de imprensa se apressaram em mostrar números que contrariam a afirmação. O Globo destaca que mais de 90% das UTIs destinadas a doentes de coronavírus estão ocupadas em sete capitais.

Das 27 unidades da Federação, 20 estão em situação pior do que há um mês, expõe o UOL.

A declaração atiçou também as redes sociais. Os textos publicados por R7, G1 e UOL somam mais de 173 mil interações. No Twitter, perfis lembram, em tom jocoso, outras manifestações do presidente. O “finalzinho” virou meme.

Com quase 180 mil mortos no País, registra a Reuters, Bolsonaro disse que seu governo, “levando-se em conta outros países, foi aquele que melhor se saiu, ou um dos que melhores se saíram na pandemia”. Ele nem ficou vermelho ao dizer isso. Mas saiu correndo para passar peroba na cara.

A média móvel chegou a 40,1 mil casos por dia, número que não era visto desde o final de agosto e que dobrou no último mês.

A média móvel no número de mortes também voltou a crescer de forma acelerada, aproximando-se de 600 por dia, ante 379 por dia.

Segundo o G1, pela primeira vez 21 Estados e o Distrito Federal têm aumento de mortes ao mesmo tempo.

Ainda assim, Bolsonaro disse que “o que aconteceu no início da pandemia não leva a nada”, referindo-se ao isolamento social.

Enquanto o mundo se desespera com a volta do crescimento de casos e mortes, Bolsonaro dá de ombros. Mas até a Anvisa o desmente ao aprovar as regras que autorizam o uso emergencial e em caráter experimental de vacinas.

Hoje, 11 de dezembro, o governador João Doria deve anunciar novas medidas restritivas em todo o Estado.

Investigação

Deputados de oposição pediram à Procuradoria da República que apure a prática de crime de tráfico de influência e de lavagem de dinheiro por Renan Bolsonaro. O pedido é relacionado ao caso da Astronautas Filmes, que tem contrato com o governo e prestou serviço gratuito para o príncipe. Os parlamentares pediram também ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue os contratos da produtora com o governo.

Reação de apoiadores

Constantemente cobrado por apoiadores nas redes sociais pelo aumento no preço dos alimentos, Bolsonaro reagiu com outra pérola reveladora de sua indignidade. Disse que é melhor um pouco de inflação do que o desabastecimento.

Ao anunciar no seu perfil no Facebook que zerou o imposto de importação de armas, Bolsonaro recebeu diversos comentários e críticas sobre a inflação dos alimentos. Nem seus apoiadores estão suportando a inação do governo diante da disparada de preços dos alimentos.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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