//PANDEMIA// Vice-governador diz que pior já passou no dia da segunda morte na cidade

O vice-governador, Rodrigo Garcia, com os candidatos Elmir Chedid e Bimbo: tudo azul

No mesmo dia em que o vice-governador, Rodrigo Garcia, visitou Serra Negra, sábado, 14 de novembro, para dizer que o pior da pandemia do covid-19 já passou, a Secretaria Municipal de Saúde informou a ocorrência da segunda morte pela doença na cidade, uma mulher de 71 anos. Até agora, 336 pessoas contraíram o covid-19 no município e 14 pacientes estão em tratamento, 13 isolados em suas residências e um no hospital. 

Garcia esteve na cidade para participar da campanha eleitoral do candidato da situação Elmir Chedid, da coligação DEM/PSC/PTB/PSDB. A sua avaliação de que a pandemia está recrudescendo tem como base, segundo ele, dados e informações do Centro de Contingência de Coronavírus, criado pelo governo do Estado para monitorar os casos suspeitos do covid-19.

Garcia prometeu aos lojistas da Rua Coronel Pedro Penteado, a principal via comercial da cidade, que o governo do Estado não vai voltar a fechar o comércio, e que, ao contrário, a tendência é avançar na flexibilização.

“Vamos viver um novo momento de mais ampliação nas aberturas de comércio. Enquanto não vier a vacina, nós vamos ter que ter cuidado, ter que conviver com a epidemia", disse. Segundo ele, o comércio pode continuar trabalhando para ampliar suas vendas.

A declaração do governador, no entanto, ocorre três dias depois de o governo paulista informar que a passagem do Estado para a Fase Azul está descartada pelo Centro de Contingência do Coronavírus. A Fase Azul é a quinta e última fase do Plano São Paulo de retomada às atividades durante a pandemia do covid-19.

Na noite de quinta-feira (12), o secretário-executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo, confirmou a informação à CNN.  “A Fase Azul está suspensa pelo centro de contingência e descartada para 2020”, disse.

As 645 cidades de São Paulo não terão autorização para qualquer tipo de evento com aglomeração. Continuam proibidas festas de casamento e aniversários, baladas, shows e velórios com mais de 10 pessoas, por exemplo.

A decisão do Centro de Contingência do Coronavírus foi tomada devido à segunda onda de contaminação que está ocorrendo na Europa, além da falta de perspectiva para o início da vacinação.

O Centro de Contingência já havia informado que seriam necessárias três condições para avançar para a última fase do Plano SP: uma diminuição significativa nos números da doença; um remédio capaz de curar as pessoas contaminadas ou uma vacina eficaz.

Além do aumento da segunda onda na Europa, outro fator de alerta para os infectologistas é o aumento das internações de pacientes com covid-19. Em São Paulo, o Sírio Libanês até 9 de novembro tinha 120 pacientes hospitalizados, dos quais 50 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), mesmo número de abril, quando ocorreu um pico de internações no local, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

O SindHosp, entidade representativa dos estabelecimentos de saúde do Estado de São Paulo, informou ao jornal Valor Econômico que as informações disponíveis ainda são insuficientes para afirmar que o crescimento é generalizado.

Dados da Fundação Seade, porém, mostram que a taxa de internações por covid-19 em UTIs na Grande São Paulo era de 45,2% na quinta-feira (12), diante de 41,2% no fim de outubro, informa o Nexo Jornal. A taxa no Estado havia subido de 39,5% para 41,4% no mesmo período. Em maio, a ocupação de leitos de internação na Grande São Paulo chegou a passar de 90% (e ultrapassar 70% em todo o Estado).

Em 11 de novembro, 677 pessoas estavam internadas devido ao covid-19 na Grande São Paulo, segundo dados oficiais do governo do Estado. O número era o maior desde 30 de setembro, quando 724 pessoas estavam hospitalizadas.

No cenário nacional, embora a tendência seja de queda da média de novas infecções e mortes pelo covid-19 no Brasil desde agosto, dados do fim de outubro do sistema InfoGripe, que monitora os casos de síndrome respiratória aguda grave, apontam um quadro de alerta: nove capitais registram tendência de avanço da pandemia. O InfoGripe reúne informações de todo o Brasil colhidas pelo Ministério da Saúde.

Oito das cidades com tendência de alta estão nas regiões Norte e Nordeste. Florianópolis, em Santa Catarina, é a única capital que também aparece na lista fora dessas regiões. Assim como João Pessoa e Maceió, Florianópolis apresenta forte tendência de crescimento de casos, com uma probabilidade acima de 95% de aumento de registros de covid-19.

As outras capitais — Belém, Fortaleza, Macapá, Natal, Salvador e São Luís — registraram no mesmo período sinais de crescimento moderado da pandemia, com uma probabilidade superior a 75% na tendência de alta de casos da doença a longo prazo.

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