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Fernando Pesciotta
Em editorial publicado nesta quarta-feira, 25 de novembro, o Estadão fez duras críticas ao ministro Paulo Guedes e cobrou dele um rumo para a economia brasileira. No mesmo dia, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o País precisa de um plano que indique preocupação com a trajetória da dívida pública.
Como já dissemos aqui, há rumores em Brasília de que Campos Neto pode vir a substituir Guedes numa reforma ministerial no início de 2021. A manifestação do ministro revela que ele sentiu o golpe.
Guedes reagiu se mostrando incomodado e explicitando temor de ser trocado pelo atual presidente do BC.
“Campos Neto sabe qual é o plano. Se ele tiver um plano melhor, peça a ele qual o plano dele. Pergunta para ele qual o plano dele para recuperar a credibilidade. O plano nós já sabemos qual é, nós já temos. Você acha que nós queremos privatizar ou estatizar empresa? Abrir economia ou fechar economia? Qualquer pessoa sabe qual o nosso plano. Agora, quem estiver sentindo falta de um plano econômico quinquenal, dá um pulinho ali na Venezuela, na Argentina. Ali está cheio de plano. O nosso plano é transformar a economia brasileira numa economia de mercado”, disse o ministro, segundo O Globo.
Guedes listou uma série de medidas tomadas e disse haver “falsas narrativas” contra ele. Para rechaçar a ideia de que esteja “desacreditado”, recorreu ao desempenho da Bolsa.
A alta do Ibovespa, entretanto, é motivada pela divulgação dos dados econômicos dos EUA, segundo a revista Exame.
Entre suas realizações, Guedes citou o acordo comercial com União Europeia, que ainda não está em vigor por falta de aprovação dos parlamentares europeus.
De fato, a dívida pública subiu 2,5% em outubro, em relação a setembro, para R$ 4,64 trilhões. A dívida pública mobiliária avançou 2,5%, para R$ 4,39 trilhões.
Há mesmo receios no mercado financeiro de que o governo não consiga pagar as dívidas que vencem no começo de 2021. Tanto que o coordenador de Operações da Dívida Pública, Roberto Lobarinhas, convocou a imprensa para assegurar o contrário.
De janeiro a abril, o vencimento de títulos soma R$ 600 bilhões.
Programa social
Lideranças do governo e integrantes da equipe econômica negociam com parlamentares para colocar de pé ainda neste ano uma solução para criar um programa social. A solução vai exigir medidas de corte de gastos.
A proposta deve impor corte de gastos com pessoal, mas vai sobrar para Estados, municípios e aposentados, por incluir a desindexação de pensões e aposentadorias.
Os articuladores tentam preparar o terreno para consolidar a proposta na próxima semana, após o segundo turno das eleições municipais.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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