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Fernando Pesciotta
Jair Bolsonaro usou a live no Facebook nesta quinta-feira, 26 de novembro, para fazer o que faz melhor. Ele mentiu ao dizer que nunca se referiu à pandemia como “gripezinha”.
Bolsonaro afirmou que "não há vídeo ou áudio" em que ele use esse termo para se referir ao vírus "dessa forma". Existe sim. Aliás, existem, não é só um, são vários.
“Não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”, disse, em março.
"Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, tá ok? Se o médico me recomendar um novo exame, eu farei, caso contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui", declarou ao ser questionado se faria novo exame para detectar o coronavírus, em maio.
Poucos dias depois, Bolsonaro fez um pronunciamento nacional em rádio e TV para falar da situação do coronavírus no País. Afirmou ser preciso conter a "histeria" e o "pânico" no momento e pedir que a vida "continuasse".
Ele ainda disse que, pelo seu "histórico de atleta", não seria afetado pela doença, caso a contraísse. "Não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho", afirmou.
Hoje, o Brasil contabiliza mais de 171 mil mortes.
Na transmissão pela rede social, Bolsonaro disse, ainda, que não vai tomar a vacina, quando ela estiver disponível. “É um direito meu”, afirmou.
Às vésperas do segundo turno da eleição municipal, a pandemia se agrava em São Paulo. Na Capital, 63% dos leitos de enfermarias de hospitais públicos estão ocupados e na rede privada, 66%.
Conforme o UOL, os hospitais públicos estão com 78% das UTIs ocupadas por portadores do vírus. Acometido pelo bolsonarismo, o prefeito Bruno Covas, candidato à reeleição, minimiza o avanço da pandemia.
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, recorreu à semântica. Ele disse que o País vive um repique da pandemia, e não uma segunda onda. Seu conceito, ainda, assim difere daquele dos especialistas.
O governador João Doria espera passar o segundo turno eleitoral para tomar providências. Especula-se que na próxima segunda-feira ele vai anunciar novas restrições de lazer para evitar um colapso na rede hospitalar.
Interferência na PF
Bolsonaro não gosta de prestar contas nem de esclarecer fatos. Ele anunciou que não fará o depoimento no inquérito que apura sua suposta interferência na Polícia Federal, conforme denúncia feita pelo ex-ministro Sérgio Moro.
Ele também pede o fim das investigações, que na verdade estão paradas desde setembro pela falta de depoimento.
Bolsonaro opta pelo risco político, mais seguro do que o risco de uma condenação.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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