//NOTAS SERRANAS// O que você precisa saber da sua cidade

 

Retomada com cautela

Não à toa Serra Negra tem recebido mais turistas em fins de semanas e feriados do que cidades da região. Até meados de julho, comerciantes e cidadãos serranos compartilhavam nas redes sociais vídeos que mostravam lojas de Monte Sião abertas e consumidores comprando normalmente. A cidade mineira era citada como exemplo de município que não cedeu ao isolamento social e manteve o comércio funcionando com adoção de medidas de segurança. Quando os casos de Covid-19 começaram a disparar em Monte Sião, o prefeito Zé Poccai (PPS) teria se arrependido de não ter adotado medidas mais rigorosas de afastamento social e passou a agir com maior cautela na flexibilização das medidas de segurança. Monte Sião registrou até agora 4 óbitos por Covid-19 e o movimento nos feriados e fins de semana tem sido menor do que em Serra Negra. Cidades vizinhas do Circuito das Águas Paulista, como Águas de Lindoia, que registrou 3 óbitos por Covid-19, também estariam mais cautelosas na retomada da economia. Além de proibir a entrada de ônibus turísticos, a administração municipal e empresários de Águas de Lindoia estariam investindo menos em publicações nas redes sociais para atrair turistas.

 

Nem tudo está seguro

A pedido de amigos interessados em visitar Serra Negra, um serrano diz ter percorrido a rede hoteleira da região central para saber se é segura a hospedagem nos hotéis. Ele diz ter constatado que nem todos os estabelecimentos estariam adotando os protocolos de segurança e cumprido as regras de higiene e desinfecção dos ambientes para evitar a contaminação por coronavírus. Diz ainda ter ficado satisfeito com o que viu em alguns hotéis, como Firenze, Shelton, Palladium, Palace e Da Vinci. Mas não viu o mesmo rigor na aplicação dos protocolos em todos os hotéis do centro em especial em dois localizados no Campo do Sete. Alguns deles não tinham sequer álcool em gel nos quartos. O produto só estava disponível para os hóspedes na recepção. “Alguns hotéis fazem, por exemplo, a medição da febre dos hóspedes logo no check in, mas nem todos”, observou o serrano. 

 

Medicina em primeiro lugar

O vice-prefeito Rodrigo Magaldi (DEM) negou que a questão financeira é que o impediria de disputar eleições majoritárias em Serra Negra. Ele disse ter ficado chateado com especulações de que esse seria o principal impedimento. “A questão financeira nunca foi a mais importante para a definição por uma candidatura, muito pelo contrário”, afirmou. O problema, ele justificou, é o exercício da medicina, que ficaria comprometido. “Atendo gratuitamente, às vezes pago a clínica para atender e compro medicação quando precisa. Mas recebo também, recebo bem para isso”, afirmou.

 

Corte na carne 

A Prefeitura pode ter optado por cortar na carne para garantir o equilíbrio das contas públicas em 2020. Técnicos e secretários da área financeira comemoram a possibilidade de entregar a Prefeitura para a próxima administração com um rombo em 2020 menor do que o previsto inicialmente em virtude da pandemia do novo coronavírus. O alívio nas contas públicas pode ter vindo do auxílio emergencial de R$ 600 que injetou na economia da cidade R$ 5,2 milhões, segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP). Mais dinheiro circulando, maior a arrecadação do município. Mas não é essa a avaliação da administração municipal. A redução das despesas da prefeitura em alguns setores, entre os quais o de transporte e merenda escolar, é o que teria contribuído para equilibrar as contas e diminuir o déficit público de 2020. A Prefeitura teria distribuído kits de alimentos às famílias carentes, como prevê o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) durante a pandemia, e ainda assim economizado com a merenda escolar. Para as mães da merenda, no entanto, muitas famílias ficaram de fora.

 

Sem apoio familiar

A desistência de Kiko Gianotti de disputar a prefeitura de Serra Negra com Marco Bueno pela coligação PV/Republicanos/Avante com o argumento de que faltou apoio da família é menos convincente do que gostariam seus correligionários. Mas quem acompanha Kiko Gianotti desde as eleições passadas, quando o empresário perdeu por 247 votos a disputa para a dupla do DEM Sidney Ferraresso e Rodrigo Magaldi, a interferência da família era previsível. A carreira política do empresário não entusiasma familiares. Ao contrário, querem Kiko Gianotti distante de cargos políticos.

 

Medindo forças

Políticos ligados à situação avaliam que Marco Bueno e Leandro Gianotti Pinheiro têm “menor potencial” do que se a chapa fosse encabeçada por Kiko Gianotti. Mas isso não é consenso. Alguns acreditam que Kiko Gianotti divide mais a oposição e que Marco Bueno e Leandro tiram mais votos da dupla Vitale e Roberto do Chopp 40.

 

Paz e Amor

Mais uma vez na posição de vidraça, a coligação Democratas, que terá a dupla Elmir Chedid e Bimbo disputando as eleições majoritárias, vai adotar uma estratégia propositiva, sem ataques aos adversários. “Já conversamos e combinamos em fazer a campanha sem ofender e denegrir ninguém”, afirmou um correligionário. A tática pode dar certo, até a primeira pedrada.

 

Conquistando votos 

“Serra Negra quer mais”, “Tudo novo de verdade” e “Cuidando do Futuro de Nossa Gente”.  Esses são três dos slogans que serão usados durante a campanha eleitoral para a Prefeitura de Serra Negra. “Tudo novo de verdade” é o que promete a coligação de Marco Bueno e Leandro Gianotti. A dupla Vitale e Roberto quer convencer o eleitor de que vão estar “Cuidando do Futuro de Nossa Gente”. A chapa da situação de Elmir Chedid e Bimbo aposta que “Serra Negra quer mais”. O Patriota, de Eduardo Canhassi e Márcio Marchi, não informou à Justiça Eleitoral ainda qual será seu slogan de campanha.

 

Na mira dos evangélicos

Ex-frequentador da igreja Primeira Batista de Serra Negra, Marco Bueno, que encabeça a chapa da coligação Republicanos/PV/Avante, perdeu parte de seu eleitorado na congregação. Nos últimos quatro anos, o candidato tem focado seu trabalho eleitoral na Assembleia de Deus, Universal, Congregação Cristã no Brasil e Igreja Missionária Unida de Serra Negra.

Pilatos, não

Perguntado sobre qual é o papel do cristão nas eleições municipais, um político local com base eleitoral sólida entre cristãos, em especial evangélicos, de Serra Negra deu a seguinte resposta: “É preciso que cada cristão faça a sua reflexão e vote consciente. Para o cristão, é uma obrigação envolver-se na política. Nós cristãos, não podemos fazer como Pilatos, lavar as mãos.” Envolver-se com política, ele explicou, não significa apenas se coligar a um partido político para se tornar candidato a algum cargo público. Política é muito mais do isso, destacou. “Segundo o próprio Papa Francisco, a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum”, concluiu.

Colégio eleitoral

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, Serra Negra conta com 23.069 eleitores aptos. Na divisão por sexo, vencem as mulheres por 52,8% a 47,2%. Embora a biometria não vá ser aplicada este ano, por causa da pandemia, 18.579 eleitores (84,85% do total) compareceram ao Cartório Eleitoral para deixar suas impressões digitais.

Terceira Idade

A turma da Terceira Idade está com tudo na composição do eleitorado serrano. A faixa de idade a partir dos 60 anos domina quase um terço dos votantes: 28,34%.

Há 16 pessoas com 100 anos ou mais aptas a votar. E 1.267, ou 5,5% do eleitorado, com idade entre 80 e 99 anos. Na faixa entre 60 e 79 anos os votantes são 5.253, ou 22,77% do eleitorado.

Baixa escolaridade

Mais de um terço do eleitorado serrano (33,59%) é composto por pessoas com o ensino fundamental incompleto (6.097 eleitores ou 26,43% do total), que apenas lê e escreve (899, ou 3,9% do total) e analfabetas (755, ou 3,26% do total). Possuem o ensino fundamental completo 2.175 eleitores (9,43%), 2.071 têm o ensino médio incompleto (8,98%) e 6.386 o ensino médio completo (27,68%). Os eleitores serranos com o curso superior incompleto são 1.030 (8,99%) e os que têm curso superior completo, 3.658 (15,86% do total).

Casados x solteiros

Os casados são maioria entre os eleitores serranos: 44%. Em seguida vêm os solteiros, quase empatados (42%). Os divorciados são 6,22%, os viúvos, 4,82%, os separados judicialmente, 2,41%. Não informaram seu estado civil 0,009% dos eleitores.

Esquerda, direita, esquerda

Ideologia política não é o forte dos políticos serranos. Mesmo os que militam na esquerda fazem lá suas confusões, como Bertevello, candidato do PSOL a vereador. Ele foi do PT, sigla pela qual disputou uma cadeira na Câmara Municipal em 2012, tendo ficado com a segunda suplência e assumido a função de vereador, em junho de 2015, com as mortes de Celso Corchetti e André Padula; passou para o PR (Partido da República), atual PL (Partido Liberal), conservador, de direita, pelo qual concorreu à vereança, em 2016, não conseguindo se eleger; e agora está de volta às hostes progressistas, no esquerdista PSOL. 

Sem candidatos

Apenas dois partidos, dos regularmente inscritos na Justiça Eleitoral para funcionar em Serra Negra, não lançaram candidatos majoritários ou proporcionais para a eleição deste ano: o Podemos e o PT. O Podemos coligou-se à chapa Vitale/Roberto do Chopp 40. O PT não apoiou nenhum candidato a prefeito.

Veteranos

Dos quatro candidatos a prefeito nesta eleição municipal, três deles já concorreram ao cargo no passado. Marco Bueno (Republicanos, PV, Avante, Progressistas, MDB e PROS) foi candidato na eleição de 2016, tendo recebido 1.421 votos e ficado em terceiro lugar. Vitale (PSD, Solidariedade, Podemos e PDT) foi candidato ao Executivo em 2012, quando recebeu 7.518 votos, perdendo para Antonio Luigi Ítalo Franchi, o Bimbo. Em 2016, Vitale foi vice de Kiko Gianotti na chapa derrotada pela dupla Sidney Ferraresso e Rodrigo Magaldi. Elmir Chedid, antes de vencer a eleição para prefeito em 1996 (6.167 votos) pelo PFL, havia sido derrotado na disputa em 1992, também pelo PFL, para Sinésio Beghini. Recebeu naquele ano 5.336 votos. Ele tentou novamente a prefeitura no ano 2000, na coligação PFL/PTRB, sendo derrotado por Paulo Scachetti por uma diferença de 152 votos (6.929 a 6.777).

Veteraníssimo

Já Antonio Luigi Ítalo Franchi, o Bimbo, candidato a vice-prefeito na chapa de Elmir Chedid, foi três vezes prefeito de Serra Negra: em 1979, pela Arena, em 2008, pela coligação DEM/PT do B, e em 2012, pela coligação do DEM e mais oito partidos. É pé quente.

Volta ao passado

O vereador Renato Giachetto (DEM), num ataque de nostalgia, pediu ao prefeito Sidney Ferraresso (DEM), na última sessão da Câmara Municipal, que estude a possibilidade de reabrir o Recreio Caruso "como era antigamente, com ringue de patinação, salão dançante, bar-restaurante, pedalinho, barco a remo, e tudo mais". Segundo ele, o local "é um importante ponto turístico que infelizmente está desativado". 

Esporte é saúde

O mesmo Renato Giachetto, ainda na última sessão da Câmara Muncipal, fez outro pedido ao prefeito: ele quer que sejam promovidos na cidade campeonato de bocha e malha, "voltados para a população em geral, de acordo com as faixas etárias".  

 

Causa própria

O vereador Leonel Franco Atanázio apresentou requerimento na última sessão da Câmara, aprovado pelos seus colegas, pedindo para o Executivo aumentar os valores das diárias para as viagens para fora de Serra Negra dos motoristas que trabalham na prefeitura. Atualmente essa ajuda de custo está variando de R$ 10 a R$ 15. Segundo o vereador, há dois anos que esses valores não são reajustados e, diz ele, não dão mais para as despesas das viagens. Leonel Franco Atanázio é o Léo da Ambulância, que além de vereador é servidor público municipal. 

Hidrantes no morro

Os vereadores Leandro Pinheiro e Roberto Almeida, acharam a solução para impedir que as queimadas destruam novamente o Pico do Fonseca, onde se localiza a estátua do Cristo Redentor: aprovaram um requerimento na última sessão da Câmara em que pedem que sejam instalados hidrantes em pontos estratégicos daquele morro, para, como dizem, "facilitar e aumentar a agilidade e consequentemente a eficácia do combate às queimadas naquele local". Genial, não?