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Fernando Pesciotta
Operações bancárias para lá de estranhas feitas por gente do entorno da família Bolsonaro ajudam a explicar por que o presidente da República tem tanto interesse no afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. E isso não tem nada a ver com o fato de Witzel ser bonzinho ou mauzão, o que de fato parece ser.
Segundo reportagem do UOL, o Planalto pressiona o STJ a manter o afastamento de Witzel, e acredita que a corte dará uma decisão a seu favor no julgamento marcado para quarta-feira, 2 de agosto.
Para dar um caráter de consolidação da mudança de comando no Estado, Bolsonaro se aproxima de Cláudio Castro, vice de Witzel que assumiu o lugar. Ontem, Castro teve longo diálogo com Flávio Bolsonaro, alvo de investigações da política do Rio.
O afastamento do governador por decisão monocrática tem muito a ver com os interesses de Bolsonaro nas investigações da polícia. Não é a primeira vez que ele expõe sua intenção de ter o controle do aparato policial do Rio de Janeiro.
O interesse da família Bolsonaro passa também pelo fato de que caberá ao governador em exercício a indicação do novo procurador do Ministério Público do Estado, no final do ano.
FATO UM – Relatório do Coaf, órgão sob controle do Ministério da Justiça, aponta que Maria Cristina Boner Leo, ex-mulher do advogado Frederick Wassef, movimentou R$ 33,9 milhões em seis meses.
Esse dinheiro para lá e para cá é incompatível com o ganho mensal da moça, de R$ 75 mil. Wassef, é bom lembrar, é o advogado da família Bolsonaro e quem escondeu Fabrício Queiroz em Atibaia.
É oportuno lembrar, ainda, que Wassef recebeu repasses milionários de Bruna Boner Leo, filha de Maria Cristina. O escritório do advogado da família Bolsonaro também foi substancialmente abastecido por dinheiro depositado pela Globalweb, empresa fundada por Maria Cristina e que tem Bruna como sócia.
A Globalweb, por sua vez, ganhou dinheiro com aditivos do contrato de prestação de serviço ao governo de Bolsonaro.
Conclusão possível: a mulher de Wassef é uma grande laranja que serve para lavar dinheiro e escoar recursos de corrupção que sustenta a defesa da família Bolsonaro pelos muitos crimes e patrocina a operação de esconder Queiroz.
FATO DOIS – Raimunda Veras Magalhães, mãe do miliciano Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro, fez movimentações bancárias típicas de lavagem de dinheiro. Raimunda repassou grandes quantias para Fabrício Queiroz, segundo apurou o Ministério Público do Rio de Janeiro.
Neste caso, é bom lembrar que Queiroz pagou contas de Flávio Bolsonaro e andou depositando dinheiro na conta de Michelle Bolsonaro, que não tem emprego e sustenta saldo parrudo no banco. A propósito, Bolsonaro, por que Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da sua mulher? O que ele estava pagando?
A síntese é simples: o miliciano deposita na conta de Queiroz, que deposita na conta da família Bolsonaro. Precisa desenhar?
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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