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Fernando Pesciotta
Todo cuidado é pouco, e todo alerta é necessário. O Brasil mostra que segue perigosamente para ser como as nações que abraçaram o extremismo de direita.
A formação e atuação do grupo de guerrilha armada de Sara Giromini são um exemplo. Outro é o fanatismo religioso que leva um grupo de “pessoas” a chamar uma menina de dez anos, estuprada desde os seis, de assassina.
No pronunciamento de 7 de Setembro, Bolsonaro louvou o golpe militar de 1964. Em cartas enviadas à ONU, que quer saber por que Bolsonaro faz a apologia da tortura na ditadura, o Planalto alega tratar-se de “direito à opinião”.
Em comum com as ditaduras está também a formação oficial de grupos especializados na elaboração e propagação de fake news, pós-verdade, mundo paralelo e teorias da conspiração, sempre com versão favorável ao governo. Mentir é uma necessidade no fascismo.
No Roda Viva, Lilia Schwarcz, historiadora e antropóloga, indagou: por que os militares, que sempre fracassaram no poder, mantêm a imagem de salvadores da pátria? Em resumo, responde, o povo não sabe nada da história dos militares.
Por desinformação, ignorância, as pessoas acham que Bolsonaro é um militar e os militares são mais espertos. A população pouco ou nada sabe sobre a incompetência deles, completa.
Daí a necessidade de criar redes de fake news para sustentar a narrativa de interesse do ditador de plantão.
Depois de anos de declarações contra o Centrão, o “antro de corruptos”, o vice-presidente Hamilton Mourão declarou no final de semana que a aliança com o grupo político dá estabilidade ao governo.
Antes da eleição, Bolsonaro prometeu uma revolução liberal na economia, combater a corrupção e acabar com o Bolsa Família, programa de “procriação de vagabundos”. Em menos de dois anos, ele acabou com a Lava Jato, escancarou seu envolvimento com a milícia e as rachadinhas e mandou passear o liberalismo de Paulo Guedes.
Muitos dizem ter votado em Bolsonaro por temer que a volta do PT significasse o fim da Lava Jato e a continuidade do Bolsa Família. Pois é.
Bolsonaro e os militares não têm nenhum compromisso com a verdade. Seu único compromisso é com o poder.
Alerta da Belarus
Recrudesce a violência da polícia de Alexander Lukashenko. Líder oposicionista, Maria Kalesnikava caminhava por uma das principais avenidas da capital, Minsk, quando homens de roupas civis e máscaras a jogaram para dentro de um micro-ônibus escuro. São militares ou paramilitares como o grupo de Sara Giromini.
Outros dois líderes de oposição também desapareceram nesta segunda-feira, 7 de setembro. Na véspera, com milhares de pessoas de volta às ruas exigindo a renúncia do presidente, centenas foram espancados e pelo menos 165, presos.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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