//ANÁLISE// Inflação volta a atormentar o consumidor

                      


Fernando Pesciotta


A cada semana fica pior a perspectiva para os preços da cesta básica e outros produtos, trazendo de volta o fantasma da inflação.

O Boletim Focus divulgado nesta terça-feira, 8 de setembro, pelo Banco Central sinaliza piora do cenário para este ano, com previsão maior de inflação e de queda do PIB.

Depois das queixas da indústria e do varejo, agora a imprensa expõe uma alta generalizada de preços de produtos como arroz, feijão, óleo de soja e linguiça.

O preço do arroz é o que mais preocupa no momento, após ter disparado nas últimas semanas. Um pacote de cinco quilos, normalmente vendido por R$ 15, chegou a até R$ 40, reporta a imprensa.

Em 12 meses, o arroz acumula alta de 100%, indica estudo da Esalq/USP. Um dos motivos é a cotação do dólar, que favorece a exportação, em detrimento do mercado interno.

Por outro lado, na semana passada o governo barrou medidas de incentivo à importação. Com a pressão dos últimos dias, porém, o Planalto anuncia que vai rever essa decisão.

Produtores e especialistas dizem que os preços devem continuar subindo. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, descartou escassez do produto. Jair Bolsonaro voltou a fazer um “apelo” aos donos de supermercados para que segurem os preços.

Para economistas, tecnicamente essa alta não significa mais inflação, pois o índice é composto por diversos outros itens, e alguns deles têm oscilação negativa.

A variação de preço da cesta básica, entretanto, atinge em cheio as famílias de baixa renda.

Descaso piora a economia

A relação entre número de mortes pela Covid-19 e o desempenho da economia fica clara em estudo do Itaú. Conforme o levantamento de gastos presenciais com cartão de crédito, cidades com menor repasse de verba governamental e menor mortalidade estão se recuperando mais intensamente.

Diante disso, os analistas do banco consideram que o número de vítimas daqui para frente será determinante para apontar o ritmo da retomada.

Morte no Planalto

O entorno da Presidência da República tem a primeira vítima fatal em decorrência da Covid-19.

O chefe da inteligência do Exército, general Carlos Augusto Fecury Sydrião Ferreira, morreu por complicações da infecção do coronavírus. Ele tinha 53 anos e estava internado no Hospital do Exército havia dez dias.

O comunicado oficial esconde a doença.

Vacina

O estudo da vacina de Oxford contra a Covid-19 foi pausado. Os cientistas observaram uma reação adversa em um voluntário no Reino Unido. A pausa atinge a produção no Brasil.

Antes do anúncio, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, havia dito que “em janeiro a gente começa a vacinar todo mundo”.
 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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