//ANÁLISE// Consumidor não ganha com redução dos juros básicos

                            


Fernando Pesciotta


Por mais que o governo tente minimizar, a alta de preços dos alimentos começa a interferir na política monetária. Era previsto, pelo contexto macroeconômico construído nas últimas semanas, e o Copom interrompeu uma sequência de nove cortes consecutivos dos juros básicos. Manteve a Selic em 2% ao ano.

No comunicado, o BC voltou a mencionar a existência de um pequeno espaço para cortar os juros à frente. Mas também pode voltar a subir os juros se a inflação ameaçar a meta.

A decisão amplia preocupações para alguns investidores. Aplicações de renda fixa, como poupança, fundos DI e Tesouro Selic, continuam com o mesmo rendimento nominal desde agosto.

Como a inflação está subindo, o ganho real dessas aplicações fica cada vez menor. Algumas aplicações, como Tesouro Direto, estão com remuneração negativa.

A expectativa dos economistas é a de que os índices de preços continuem em alta, prejudicando ainda mais o desempenho desses investimentos. O próprio BC, no comunicado sobre a Selic, reconhece movimento de alta “temporária” do preço dos alimentos como pressão inflacionária.

Em outra frente, renovam-se as cobranças por repasse da queda da Selic para o tomador. Reportagens da mídia mostram que os juros básicos menores não tiveram nenhum impacto significativo para o tomador de crédito.

Renda

Após se reunir com o ministro Paulo Guedes, o senador Márcio Bittar fugiu de detalhes sobre como seria financiado o programa social que o governo pretende criar.

Bittar, que é relator da PEC do Pacto Federativo e do Orçamento, chegou a dizer que recebeu “sinal verde de Jair Bolsonaro para criar a prever no Orçamento um programa social.

Esse novo programa está sendo fechado com o Ministério da Economia e deve ser apresentado na terça-feira, 22 de setembro, segundo Bittar.

A preocupação eleitoral do Planalto se justifica. A medida provisória que prorroga o pagamento do auxílio emergencial até dezembro vai além de reduzir à metade o valor mensal. As novas regras, mais restritivas, tiram até 6 milhões de beneficiários do acesso ao benefício.

Boquinha

Depois do coronel especialista em transporte de material bélico nomeado para a Funarte, outra especialista desembarca na Secretaria de Cultura. A dentista Ediane de Abreu é a nova coordenadora do Centro Técnico Audiovisual. Amiga do secretário Mário Frias, ela trabalhou para o deputado Daniel Silveira, conhecido pela ligação com a milícia e por ter quebrado uma placa em homenagem a Marielle Franco.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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