//SERRA NEGRA NA RODA// É preciso dar continuidade às ações culturais, dizem debatedores

As ações e eventos culturais e artísticos de Serra Negra deveriam ter continuidade e espaço permanente no calendário de programações da cidade.  

Sem interrupção das iniciativas culturais e artísticas muitos eventos poderiam ganhar notoriedade e popularidade, contribuindo para divulgar o turismo e tornar a cidade conhecida também por sua cultura.

Essa foi uma das conclusões do programa semanal Serra Negra na Roda, produzido pela Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari e transmitido pela internet nesta quarta-feira, 12 de agosto. O tema do programa foi como a arte e a cultura podem ajudar a desenvolver o turismo da cidade.

O debate contou com a participação de Claudio Lugli, violonista do grupo O Realejo e presidente da Banda Lira, Renata Santos Pinheiro, professora de teclado e regente de coral infantil e juvenil, e Cintia Marília Santos Bertini, idealizadora do Kanemo Cineclube, que no ano passado levou mostras gratuitas de filmes independentes para o público serrano.

“Sinto falta da continuidade de alguns movimentos criados e de dar prosseguimento às políticas públicas e incentivos iniciados”, disse Renata. Ela lembrou que em 1994 Serra Negra realizou um campeonato de bandas e fanfarras. “Por que não demos continuidade a isso?”, perguntou.

A professora de música citou ainda o trabalho da orquestra experimental sob a regência do maestro Claudio Bernardino entre os anos 2000 e 2004, que também depois foi interrompido. “Tínhamos festivais de MPB, de canto e saraus, sinto falta de começar um projeto e levar adiante anos a fio”, concluiu.

Essas inciativas poderiam ser ininterruptas se houvesse mais recursos para os projetos culturais, além do previsto no orçamento municipal. Verbas de outras esferas de governo, destacou Claudio Lugli, poderiam reforçar os investimentos culturais se Serra Negra contasse com uma Secretaria de Cultura. Além da verba do orçamento municipal, teríamos mais condições de obter recursos dos governos estadual e federal”, destacou. 

Cintia lembrou que falta maior articulação entre o setor público, a inciativa privada e os produtores de cultura e arte no município.

Todas essas iniciativas, no entanto, já estão previstas no Plano Municipal de Cultura de Serra Negra, criado pela Lei Municipal nº 4.084, de agosto de 2018, para vigorar entre 2017 e 2027.

A legislação prevê que uma Secretaria de Cultura coordene a execução do plano por meio da Divisão de Cultura. A fiscalização e acompanhamento da implementação das metas seriam acompanhadas pelo Conselho Municipal de Cultura. A cidade já conta com o Conselho e a Divisão de Turismo, mas não tem ainda uma Secretaria de Cultura.

Tornar nacionalmente visíveis as ações culturais da cidade, ter recursos necessários para oferecer independência econômica aos projetos culturais, além da criação de mais trabalho para artesãos e artistas são alguns dos objetivos das metas estabelecidas pelo Plano Municipal de Cultura.

O plano, no entanto, é pouco divulgado não só entre a população, mas entre os próprios gestores de políticas públicas na área da cultura.

 “Foi formatado um projeto de cultura para a cidade, que tem como uma das metas a continuidade dos eventos e ações culturais e artísticas, como sugeriu a Renata”, afirmou Claudio.

Resgate cultural

Os participantes do Serra Negra na Roda falaram ainda sobre a necessidade de regatar manifestações culturais e artísticas, como a congada.

Lembraram também da importância de valorizar o Centro de Convenções, que poderia abrigar muitos eventos artísticos. A Lei Aldir Blanc, que ainda precisa cadastrar os artistas do município, também foi um dos temas do debate.

Por fim, os participantes reconheceram o trabalho de gestores que estiveram à frente das políticas públicas na área da cultura, nos últimos anos.

“Sorte que estamos em Serra Negra que temos pessoas com boa vontade, temos apoio da prefeitura, de diretores de cultura e do comércio”, salientou Claudio.  

Renata também reconheceu o trabalho realizado no município. “Serra Negra tem cultura, tem cultura belíssima, riquíssima,que queremos exportar para o mundo”, disse. 

Cintia finalizou dizendo que Serra Negra é produtora de cultura e que além de cidade do comércio, precisa se tornar referência como município cultural.

Na próxima terça-feira, 18 de agosto, o Serra Negra na Roda vai receber o professor Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos mais importantes economistas do país, que falará, entre outros temas, sobre o impacto da reforma tributária pretendida pelo governo federal na classe média e pequenos e médios empresários.

Assista ao programa:


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