//BRASILEIRÃO// Keno, Sampaoli e Galo na cabeça


Roberto Salim

Não sou um especialista em táticas de futebol, mas sou jornalista esportivo há 47 anos. E acompanho o jogo da bola desde que tenho 6 anos de idade. Então eu vou cravar aqui para vocês: eu acho que este Campeonato Brasileiro que começa neste fim de semana está com cara de Galo.

Sim, minha gente: está com jeito de Atlético Mineiro.

Por quê?

Porque no comando do time está um treinador valente, corajoso e metido. Põe o time para cima, ataca a bola e tenta o gol.

O argentino Jorge Sampaoli me lembra os velhos técnicos com os quais convivi de perto, cobrindo treinos e jogos para Folha, Estadão, Gazeta Esportiva, O Globo, Última Hora, para as revistas Placar e Manchete Esportiva.

Tive o prazer e orgulho de aprender com seu Oswaldo Brandão, Mário Travaglini, Otto Glória, Rubens Minelli, Seu Pepe e o mestre Telê Santana. Acompanhei de perto no Parque Antártica o Palmeiras de Dom Ernesto Filpo Nunes. E compreendi direitinho a briga pelo espaço ao passar uma semana fazendo um especial para a ESPN Brasil com Carlos Alberto Parreira, já campeão mundial de 94.

E o Jorge Sampaoli se encaixa em todas as coisas boas que eu aprendi com essa turma. Além do mais, o Atlético Mineiro (que não ganha o título brasileiro desde 1971) contratou jogadores que atuam olhando para o gol, como o Keno – que inexplicavelmente foi vendido pelo Palmeiras para o futebol do mundo árabe há 3 anos.

Então, pelo conhecimento de 7 copas do mundo acompanhadas de perto, e pela intuição, aqui vai meu palpite: Atlético Mineiro brigará pelo título.

Com quem?

Oras, aí é fácil e nem é preciso intuição: com o Flamengo, o Palmeiras e um dos times gaúchos.
Tem sido sempre assim nos últimos tempos.

A chegada de Domenéc Torrent ao rubro-negro deixa uma expectativa muito boa. Os jogadores são os mesmos que brilharam sob o comando de Jorge Jesus e então não há motivo para temer mudanças radicais. Aluno de Guardiola – fã do jogo pra frente – vai manter o Mengo no ataque.

O Palmeiras de Wanderley Luxemburgo vem como segunda ou terceira  força nessa corrida pelo título. Mas o técnico precisa encontrar ainda um craque que faça o ataque jogar bola. Nem Lucas Lima, nem Gustavo Scarpa, nem Raphael Veiga conseguiram ganhar a camisa 10. Se um deles engrenar, aí o time passa de nível: sobe um degrau perdido com a saída inesperada de Dudu.

Os gaúchos sempre têm times fortes e vendem caro qualquer resultado no Beira-Rio ou na Arena do Grêmio. Mas com a possibilidade de Éverton Cebolinha ser negociado com o Benfica – a pedido de Jorge Jesus - não creio que o time de Renato Gaúcho possa brigar diretamente pelo título.

E as outras equipes?

Vão fazer parte da disputa e brigar para não cair para a série B.

É o que eu penso.

E os corintianos, santistas e são-paulinos que me perdoem.

O campeonato começa neste domingo.

Todo mundo joga, com exceção de Palmeiras (que enfrentaria o Vasco da gama) e Corinthians (que jogaria com o Atlético GO), que decidem o Campeonato Paulista neste sábado.

Eis a rodada:

Sábado 

Fortaleza x Atlético PR
Coritiba x Internacional
Sport x Ceará

Domingo

Botafogo x Bahia
Flamengo x Atlético MG
Santos x Red Bull Bragantino
Goiás x São Paulo
Grêmio x Fluminense 

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Roberto Salim é colunista do site Ultrajano, trabalhou 20 anos na ESPN Brasil, onde dirigiu e escreveu mais de 200 documentários para o programa mensal “Histórias do Esporte”, que recebeu o Prêmio Vladimir Herzog – com a matéria sobre a Guerrilha do Araguaia, e o Prêmio Embratel, com a série de programas sobre os bastidores do futebol brasileiro. Participou da cobertura das Copas do Mundo na Espanha (1982), México (1986), Estados Unidos (1994), França (1998), Alemanha (2006) e África do Sul ( 2010); e das Olimpíadas de Barcelona (1992), Atlanta (1996), Sydney (2000), Atenas ( 2004), Pequim ( 2008), Londres ( 2012). Trabalhou como repórter no Jornal da Tarde, Gazeta Esportiva, Agência Folhas, Última hora, Folha de São Paulo, Revista Manchete Esportiva, Globo, TV Tupi, Revista Tênis Esporte, Revista Placar e O Estado de São Paulo. Como editor trabalhou na TV Bandeirantes, SBT, Record, TV Cultura e TV Manchete.

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