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Fernando Pesciotta
O registro de cem mil mortos pela Covid-19 no Brasil motivou uma enxurrada de notícias País afora. A unanimidade nessa avalanche da imprensa foi Jair Bolsonaro, considera o principal culpado por essa tragédia humana. Editoriais, especialistas, ex-ministros, médicos e colunistas não pouparam críticas ao negacionismo de Bolsonaro, cujo comportamento é avaliado como criminoso.
Desde o começo da pandemia Bolsonaro tem dito que a crise não é com ele. Faz pouco caso a ponto de deixar o Ministério da Saúde sem um titular há mais de 90 dias.
Inicialmente, o presidente explorou exaustivamente uma fake news para responsabilizar os governadores e prefeitos. Um comportamento calhorda por olhar apenas para as urnas, e não para a vida dos brasileiros. Mente ao dizer que o STF o impediu de agir ao decidir que as iniciativas deveriam ser dos Estados. Em nenhum momento o STF disse que o governo federal estava impedido de agir.
Agora Bolsonaro culpa a TV Globo pelas cem mil mortes. Em postagem feita neste final de semana, ele rebateu o editorial do Jornal Nacional responsabilizando-o pelas mortes. Para sustentar sua opinião, a Globo lembrou declarações de Bolsonaro, como o “e daí?”, “não sou coveiro”. Pois Bolsonaro volta a criticar o isolamento social e considera que a rede de TV “só espalhou o pânico e a discórdia”.
Por incrível que pareça, no post Bolsonaro critica a Globo por “desdenhar, debochar e desestimular” o uso da hidroxicloroquina. É desanimador.
Em meio a mais de cem mil mortos, a preocupação de Bolsonaro é com as garantias a seus filhos. Mas ele ainda não disse nada sobre outros 27 depósitos feitos por Fabrício Queiroz na conta de sua mulher, Michele.
Bolsonaro também não nega que tivesse a intenção de intervir no STF, conforme revelado na semana passada pela revista Piauí. Conforme a Folha, o Planalto apenas informa que a reunião daquele dia 22 de maio serviu para discutir questões institucionais.
Analistas políticos avaliam que a ameaça pode ter sido vazada pelo próprio governo, de forma a manter o STF sob pressão.
Pelo acúmulo de crimes cometidos, avalia Celso Rocha de Barros na Folha, Bolsonaro deveria estar preso.
Internacional
A imprensa mundial destaca os desdobramentos da explosão no porto de Beirute, que levou a uma onda de protestos contra o governo na capital libanesa. No final da semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, visitou o país e se mostrou disposto a levar ajuda francesa na recuperação da cidade.
Nos dois dias seguintes à visita de Macron, Beirute foi tomada por protestos. Neste domingo, os manifestantes invadiram sedes de ministérios e praticamente destruíram o escritório da Associação de Bancos do Líbano. Dois ministros pediram demissão.
Segundo o G1, foram ouvidos vários tiros durante as manifestações. A posição do governo é considerada insustentável.
Jair Bolsonaro convidou Michel Temer para liderar a comitiva brasileira que levará ajuda humanitária para o Líbano. A justificativa dada por Bolsonaro é que Temer é filho de libaneses. O problema é que o ex-presidente precisa de autorização judicial para deixar o País. Temer é alvo de sete processos judiciais e chegou a ser preso no ano passado.
Em Belarus, a reeleição de Alexander Lukashenko motivou uma onda de protestos em Minsk, capital do país. Chamado de “o último ditador da Europa, segundo a Deutsche Welle, ele está no poder desde 1994. Opositores acusam o governo de fraude eleitoral. Fontes oficiais anunciam que mais de 3 mil pessoas foram presas.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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