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Fernando Pesciotta
A receita prevista com a nova CPMF não deverá dar conta dos benefícios prometidos pelo ministro Paulo Guedes. As propostas citadas pela equipe econômica consumiriam até R$ 248 bilhões por ano. Mas a arrecadação com o novo tributo somaria cerca de R$ 120 bilhões. Sendo assim, nos cálculos da Folha, a conta não fecha.
Há, ainda, despesas que não estavam no Orçamento. Além de motivação política, dados macroeconômicos indicam uma tendência de extensão do auxílio emergencial até o final do ano. Alavancador da popularidade de Bolsonaro em bolsões onde ele perdeu a eleição de 2018, o benefício tem contribuído para dar fôlego à economia.
Segundo o Estadão, o varejo respira melhor e sua previsão de queda está sendo revista. A produção industrial avançou 8,9% em junho, na comparação com maio, segundo o IBGE.
Há, portanto, pressão política contra o limite de gastos. Guedes quer levar ao Congresso a defesa do teto, a regra prevista na Constituição que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. A ideia, conforme o Estadão, é apresentar aos parlamentares dados que mostrem a situação fiscal do País e as consequências do abandono do mecanismo.
Os técnicos pretendem mostrar a previsão de alta da dívida bruta do governo para 98,2% do PIB neste ano com o aumento do rombo nas contas públicas provocado pelo enfrentamento da pandemia, mesmo que a Saúde tenha gastado cerca de 30% da verba. A previsão pré-pandemia era de a dívida, que teve em 2019 o primeiro recuo em seis anos, fechar este ano em 77,9% do PIB.
Recuperação em dúvida
A má gestão da Saúde na pandemia, como previsto, atrapalha mais a economia do que se o País tivesse adotado um lockdown logo de cara.
Conforme noticia o El País, economistas afirmam que falar em recuperação da economia brasileira ainda é precipitado por causa das incertezas em relação à pandemia. “Não se pode ficar muito animado com um resultado melhor do terceiro trimestre, como está sendo projetado. É preciso ver o que vai acontecer no fim do ano, quando os benefícios forem cortados ou pelo menos reduzidos, e a renda diminuir”, afirma Silvia Matos, do FGV Ibre.
Equipe
Depois da polêmica operação de compra de dívidas do Banco do Brasil, o BTG Pactual volta ao noticiário com o anúncio de que Mansueto Almeida será sócio e economista-chefe do banco. Ele era o secretário do Tesouro até o mês passado. O ministro Paulo Guedes é um dos criadores do BTG.
Isolamento
O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse ontem que o governo apoia todas as medidas de Estados e municípios contra o coronavírus. Ele citou como exemplo o isolamento social, o que diverge do discurso oficial do presidente Jair Bolsonaro, destaca o G1.
Em evento na Fiocruz, Pazuello defendeu a necessidade de tratamento precoce para impedir o aumento de mortes.
Esse novo posicionamento do general contraria o discurso do presidente e a atuação de seu grupo de apoio.
Nas redes sociais, o Doutor Leitada chegou ao treding topics do Twitter. Trata-se de um meme, um personagem criado por aqueles que acham que o coronavírus é uma doença criada em laboratório na China, e para combatê-la basta usar cloroquina.
No Planalto, o assunto continua sendo tratado de forma politizada. Notícia de destaque desde é a lista distribuída pelo governo à sua base aliada no Congresso que associa infecções e mortes por Covid-19 a governadores e prefeitos adversários. O assunto é também um dos mais comentados nas redes.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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Análise perfeita!
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