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Fernando Pesciotta
No dia em que o Brasil totalizou mais de 115 mil mortes causadas pelo coronavírus, novos dados dão sinais de que a pandemia pode estar longe do fim, ratificando a necessidade de adequação de planejamentos empresariais e econômicos.
Em Hong Kong surge a confirmação de que um homem teve duas infecções causadas por linhagens diferentes do vírus num intervalo de quatro meses. Trata-se da primeira confirmação científica de reinfecção pelo Sars-CoV-2, relata a imprensa.
Em São Paulo, 15 casos suspeitos de reinfecção estão sendo investigados. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, que no início do mês acompanhava dois casos do tipo, agora passou a acompanhar sete pessoas, e montou um laboratório para se dedicar aos estudos. O HC de Ribeirão Preto investiga oito pacientes com suspeita de reinfecção.
O paciente de Hong Kong com reinfecção é um homem de 33 anos com bom histórico de saúde. Ele foi infectado pela segunda vez 142 dias após o primeiro registro, que foi sintomático. Desta vez, porém, ele não tem os sintomas da doença.
Além de indicar a possibilidade de a crise persistir, a reinfecção pode significar também que a vacina que está em fase de testes precisará ser readequada e as pessoas precisarão de doses complementares por longo tempo para assegurar sua proteção.
O carnaval da Bahia deve ser cancelado. Nem mesmo as Olímpiadas de Tóquio, marcadas para meados de 2021, estão asseguradas. Se forem realizadas, serão adequadas aos tempos de coronavírus.
Mais ataques
O episódio envolvendo Bolsonaro e sua resposta a um jornalista de O Globo, no domingo, continuou repercutindo ao longo da segunda-feira, 24 de agosto. O presidente orientou a reação de seus apoiadores nas redes sociais postando um vídeo acusando o Grupo Globo de ser beneficiário de eventuais ilegalidades cometidas pelo doleiro Dario Messer.
“Há pelo menos dez anos o sistema Globo me persegue e nada conseguiram (sic) provar contra mim. Agora aguardo explicações da família Marinho sobre a delação do doleiro dos doleiros, onde valores superiores a R$ 1 milhão teria sido repassado a eles”, postou o presidente.
Bolsonaro também compartilhou um post sugerindo que o repórter havia mencionado uma visita a sua filha na prisão. Vários veículos de imprensa publicaram ontem textos negando a veracidade dessa versão.
À tarde, em evento oficial no Planalto, o presidente afirmou que se um “bundão” da imprensa contrair coronavírus, a chance de sobreviver é “bem menor”. Motivou nova reação nas redes sociais. A #Queiroz acumula mais de 1,5 milhão de posts no Twitter.
Bolsonaro continua não respondendo à pergunta sobre os depósitos de Fabrício Queiroz na conta de sua esposa, vê sua imagem se desgastar e tenta reagir ao seu estilo, com fake news e mais ataques.
Para alimentar essa rede de fake news, Bolsonaro conta com recursos públicos. Segundo revela a Folha nesta terça-feira, 25 de agosto, BNDES e BNB, controlados pelo governo, pagam mais de 800 mil anúncios em sites comprovadamente feitos para dar vazão a mentiras.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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Depois de publicado este texto, descobri que há outros dois casos de reinfecção, na Holanda e Bélgica.
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