//ANÁLISE// Assessor informal de Bolsonaro é preso nos EUA

          


Fernando Pesciotta

Steve Bannon foi preso ontem nos EUA, no que se tornou o assunto mais comentado nas redes sociais do Brasil e chegou às manchetes da imprensa no País e no exterior. O perfil da revista Época acumula mais de 96 mil compartilhamentos do post com link para a reportagem sobre o assunto.

No final da tarde, foi estipulada fiança de US$ 5 milhões e ele foi solto. Bannon é acusado pela Procuradoria de Nova York de enganar doadores no esquema de arrecadação de fundos online "We Build The Wall ("Nós Construímos o Muro"). Ele teria atuado junto com outras três pessoas.

A motivação da campanha, que juntou mais de US$ 25 milhões (cerca de R$ 140 milhões), seria arrecadar recursos para construir o famigerado muro na fronteira com o México. Mas os acusados teriam ficado com o dinheiro e a ideia foi barrada pela Justiça e pelo Congresso dos EUA.

Considerado um dos maiores gurus da direita, Bannon foi conselheiro de Donald Trump na Casa Branca e consultor informal de Eduardo Bolsonaro e da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro.

Ao ser preso, Bannon estava a bordo de um iate do chinês Guo Wengui, um dos fugitivos mais procurados da China, onde é acusado de fraude, chantagem, suborno e roubo, segundo o Washington Post.

De acordo com a Folha, Bannon trabalha para unir movimentos populistas que defendem ideias de direita. Ele nomeou Eduardo Bolsonaro como seu representante no Brasil. O uso de fake news para subsidiar a campanha eleitoral de Bolsonaro seguiu um modelo adotado por Bannon na eleição de Trump. É de Bannon a organização global de uma rede propagadora de ódio e desinformação.

As redes sociais têm sido fartas na publicação de fotos de Bannon ao lado de pessoas relacionadas ao governo Bolsonaro. A que mais repercute é do jantar na Embaixada brasileira em Washington, em março do ano passado, com Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho e o ministro Ernesto Araújo, entre outros.

Bannon é a encarnação do mal, e não passa de um ladrãozinho. Podia estar na milícia do Rio de Janeiro.

Rachadinha

A franquia de chocolates kopenhagen de Flávio Bolsonaro num shopping do Rio de Janeiro recebeu 1.512 depósitos em dinheiro entre março de 2015 e dezembro de 2018, último mês antes da posse de seu pai na Presidência da República e último mês de mandato de Jair Bolsonaro como deputado. A revelação foi feita pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Vários depósitos foram feitos de forma fracionada e com valores repetidos, acrescenta a reportagem.

Vacina

Depois de ser alvo de críticas por anunciar a inoculação em massa contra o coronavírus sem cumprir os procedimentos consagrados para novas vacinas, a Rússia anuncia o teste da Sputnik V em 40 mil pessoas nos próximos meses.

Segundo a Folha, o Brasil pode ser base para a produção da vacina russa. Índia, Coreia do Sul e Cuba também serão hub para produção e exportação da Sputnik V. O anúncio foi feito ontem por Kirill Dmitriev, diretor-presidente do Fundo de Investimentos Diretos da Rússia. O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, havia dito que os dados sobre a vacina russa eram “rasos” e “incipientes”.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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