//ARTIGO// Notícias e opiniões. Fatos e interpretações.


Carlos Motta

Neste um ano e pouco de existência, o portal Viva! Serra Negra tem procurado não só informar a população serrana, mas também ser um fórum de debates de ideias, contando para isso com a inestimável colaboração de seus leitores.

A grande maioria desses leitores compreende que notícia é diferente de publicidade. Uma notícia se atém ao factual; a publicidade exalta as qualidades de algo.

No Viva! Serra Negra não misturamos notícias com publicidade. 

Nada do que se publica no portal é pago - os poucos anúncios que ele tem vêm de empresas especializadas em publicidade na internet. Recebemos centavos de reais por cliques.

Uma peculiaridade das notícias é que elas não são, necessariamente, otimistas - ou simplesmente pessimistas.

Notícias, como dissemos, relatam fatos, procuram retratar aspectos da realidade, às vezes o inusitado ou o que o senso comum julga o acontecimento mais relevante do dia.

Para quem não é do ramo, a melhor definição do que é notícia está neste enunciado: "Quando um homem morde um  cão, isso é notícia; quando um cão morde um homem, isso não é notícia."

Dissemos anteriormente que a maior parte dos nossos leitores sabe que o que leem no Viva! é notícia. Mas também publicamos crônicas e artigos, que não são notícias. Todos esses textos, porém, vêm assinados pelos seus autores, para que fique bem claro de que não são factuais, mas sim opinativos ou interpretativos.

Essa distinção, infelizmente, não é percebida por um pequeno número de leitores, que confundem as opiniões dos articulistas com notícias.

Isso é muito ruim, para nós e para eles.

Para nós porque o que é publicado pode ser mal compreendido - e para eles, pela mesma razão.

Leio muitos dos comentários com que os leitores nos brindam nas nossas publicações. Alguns deles  nos acusam, a meu ver injustamente, de não fazermos jus ao nosso nome - para tais pessoas os nossos textos não refletem todo o otimismo, a beleza e a plenitude da vida que Serra Negra inspira.

Sinceramente, não teria nenhum prazer em editar uma matéria que deprecie a cidade que escolhi para passar o resto dos meus dias. 

E sinceramente, não me lembro de ter publicado nada desse tipo.

Isso porque aquilo o que essas pessoas acham que é ruim para a imagem da cidade, que pode afastar os turistas daqui, que depõe contra a hospitalidade do povo serrano, não é, nada mais, nada menos, que uma... notícia.

E uma notícia não é boa, nem ruim, como muitos supõem.

Uma noticia é uma noticia, apenas isso.

Pode ser boa na visão de alguns, ruim para outros, mas deve, necessariamente, estar ancorada num fato.

Por isso eu peço a esses leitores que enxergam o Viva! como algo nefasto para Serra Negra, que reflitam um pouco mais para que percebam que nós somos apenas os mensageiros de uma realidade, que pode ser boa ou ruim, triste ou alegre - e que somos totalmente incapazes de forjar essa realidade.

Peço também que observem se aquilo que estão lendo, se aquilo com o qual absolutamente não concordam, leva o nome de seu autor, e se antes do título, em destaque, estão as palavras //OPINIÃO//, //CRÔNICA//,  //ARTIGO// ou //ANÁLISE//. 

Feito isso, leiam tudo o que vai a seguir e fiquem à vontade para concordar ou discordar, porque pelos seus olhos, pelos seus cérebros, passaram não só informações, mas ideias, conceitos, coisas que não necessariamente são factuais - são o-p-i-n-i-õ-e-s.

É isso. Simples. 

Notícia = fato.

Opinião = opinião.

Estamos entendidos?

Comentários

  1. Perfeito!!!!!
    É que as pessoas nesta cidade se acostumaram a ler um jornal centenário, porém que nunca publica NADA contra qualquer membro do governo da situação. Sempre foi assim. Algumas notícias, informações e muitas "amenidades". Nunca tocaram o dedo na ferida de tantos acontecimentos locais, em anos.. Dessa forma, não estão acostumados a ler críticas também, e somente à leitura daquilo que nunca contradiz nada.
    Agora, com um portal imparcial, que partilha todo tipo de notícia real, boa ou má, agrade ou não, as pessoas estranham, não estão habituadas. Mas é chegada a hora de encarar as coisas de frente. Os problemas não serão resolvidos, não se encontrarão soluções, se não forem expostos e encarados de frente. O negacionismo da realidade, só faz atrasar todo tipo de desenvolvimento.

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