//PANDEMIA// Lojistas vão pedir ao Ministério Público reabertura total do comércio

Sessão da Câmara desta segunda-feira, 15 de junho, debateu funcionamento do comércio em Serra Negra

Comerciantes e funcionários de lojas de Serra Negra devem enviar cartas ao Ministério Público para pedir a reabertura total dos estabelecimentos comerciais do município.

A informação foi dada pelo vereador Edson Marquezini durante a sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira, 15 de junho.

“Ficou acertado que os donos de loja vão fazer uma carta cada um, justificando e pedindo a abertura do comércio, para mandar ao Ministério Público. Ficou decidido isso”, afirmou o vereador. "Os funcionários também vão fazer essa carta de punho para levar ao Ministério Público", acrescentou.

Até o fim da noite de segunda-feira, 15 de junho, o comércio de Serra Negra estava sem informações oficiais sobre o novo horário de funcionamento das lojas. O decreto do Executivo com a nova regulamentação atrasou por diversas razões políticas.

Um dos motivos do atraso, segundo Marquezini, foi uma reunião entre o deputado estadual Edmir Chedid (DEM) com um grupo de empresários ligados à Associação Comércio Forte.

Os empresários procuraram o deputado na tentativa de encontrar brechas legais para que Serra Negra se enquadre em fases mais adiantadas e que permita maior abertura do comércio pelo Plano São Paulo, criado pelo governo do Estado como estratégia de retomada da economia.

A reabertura da economia no Estado está ocorrendo em cinco fases, estabelecidas de acordo com as condições sanitárias, sociais e econômicas de cada região.

 “O novo decreto municipal demorou a sair porque existia, sim, uma grande chance, uma esperança, porque está tudo bem em Serra Negra, que só não tem UTI”, afirmou o vereador.

Durante a reunião com os empresários serranos, segundo Marquezini, o deputado acionou assessores e secretárias para obter dados de comparação entre as condições exigidas em cada fase do Plano São Paulo e a situação atual de Serra Negra.

O município se encontra na área laranja (Fase 2 de controle com eventuais liberações). O comércio da Rua Coronel Pedro Penteado tem autorização para funcionar das 13 horas às 17 horas.

“Pelas boas condições apresentadas, Serra Negra poderia, segundo dados do deputado, estar na área verde (Fase 4ª, penúltima do Plano São Paulo, que permite a abertura parcial e decrescente, com menores restrições)”, informou Marquezini. 

Para o vereador, até o problema da falta de UTI na cidade, fator preponderante para as restrições de circulação de pessoas no município e seu enquadramento na fase laranja, poderia ser resolvido, uma vez que na Santa Casa Anna Cintra, em Amparo, há um leito reservado para Serra Negra.

O vereador da oposição Roberto de Almeida alertou, no entanto, para os riscos que ainda existem no município, pela ausência de leitos de UTI e aumento de casos.  

“Tem um leito de UTI reservado para Serra Negra, mas, me desculpa, o leito está reservado para quem precisar”, salientou. Se houver três pessoas precisando de UTI, destacou o vereador, o leito não vai ficar parado, esperando chegar alguém de Serra Negra.

“Podemos ter prioridade, mas não vai estar esperando, mesmo porque Amparo já passou de 100 casos”, informou.

Roberto lembrou ainda que a pandemia é dinâmica e o cenário muda diariamente. Ele citou o boletim do município de ontem, 15 de junho, no qual é registrado um caso a mais e um óbito em investigação.

 “Isso muda tudo e Serra Negra pode voltar até para a Fase 1 (alerta máximo, fase de contaminação, com liberação apenas para serviços essenciais)”, lembrou o vereador.

Apesar de elogiar o prefeito por ter mantido o comércio aberto no fim de semana, Almeida fez críticas à demora da prefeitura em divulgar o novo decreto que revê a flexibilização do comércio.

“A prefeitura tomou ciência da liminar na quarta-feira passada (10 de junho), mas o decreto poderia estar pronto hoje pela manhã”, afirmou.

Os vereadores discutiram também a presença maciça de motociclistas na cidade no fim de semana, com bares e restaurantes lotados, o que estimulou a circulação de pessoas na cidade.

O vereador da oposição Ricardo Fioravanti fez críticas ao vice-prefeito, Rodrigo Magaldi, que, por volta das 12h30, esteve na Praça João Zelante com a Guarda Civil Municipal (GCM) na tentativa de dissipar os motociclistas.

“Sou contra a maneira como foi feita, em que os motociclistas foram multados”, afirmou o vereador. Ele criticou o decreto municipal que proíbe o estacionamento no centro do município de motos com placas de outras localidades.

O vereador fez críticas também à forma atabalhoada de o Executivo divulgar a mudança de horário de funcionamento das lojas. “A população ficou sem entender. Às 16 horas mandam um áudio para os vereadores com um horário, às 17 horas mandam outro dizendo que o comércio não abriria, e por fim mandam o horário das 13 às 17 horas”, relatou. Em três horas, a determinação mudou três vezes, disse.

O vereador Leandro Pinheiro, também da oposição, lembrou que nenhum comerciante poderá ser multado nesta terça-feira caso esteja trabalhando fora do horário estabelecido. “Não adianta a Vigilância Sanitária querer autuar”, finalizou.

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