//VAREJO// Site cadastra loja para se tornar minicentro de distribuição


Fátima Fernandes

Dois meses após o fechamento do comércio por conta da pandemia do novo coronavírus, há uma grande expectativa em relação às lojas que terão (ou não) condições de voltar a operar.

Ficar 60 dias sem faturamento não é para qualquer comerciante. Entidades representativas do varejo estimam que até 50% dos empresários podem desistir do negócio.

O tombo será maior para os pequenos lojistas, especialmente os que não possuem alternativa de vendas, como o e-commerce, de acordo com especialistas.

A venda online tem sido a sobrevivência para muitas empresas, sobretudo para aquelas que já tinham o domínio da tecnologia e da logística para levar os produtos até a casa do cliente.

No meio dessa pandemia que, infelizmente, não tem data para acabar, uma plataforma recém-criada, a Bankei, criou uma alternativa para monetizar os lojistas, hoje mais descapitalizados.

A ideia da idealizadora e fundadora da plataforma, Teodora Barone, é aproveitar os espaços vagos nas lojas e transformá-los em minicentros de distribuição de empresas do varejo online.

O lojista com interesse em ser um ponto de estocagem de produtos se cadastra na plataforma (www.bankeientregas.com), identificando o tamanho da metragem disponível.

Na outra ponta estão as empresas que atuam no comércio online, que escolhem os pontos de estocagem de acordo com as áreas nas quais os produtos são mais demandados.

“A ideia é revolucionar a logística 'last mile', com entrega muito rápida do produto na casa do cliente e com um custo baixo”, afirma Teodora.

A Bankei surgiu com o propósito de salvar as bancas de jornal e acabou estendendo o negócio para outros pontos de venda.

“Esses espaços de lojas podem ser ocupados com produtos que serão distribuídos e também serem usados por marcas que desejam fazer alguma ação diretamente com os consumidores.”

Uma empresa de bebida ou de algum produto de beleza, por exemplo, diz Teodora, pode usar esses pontos para uma ação coordenada com ampla distribuição em um determinado período.

As "pop-ups stores", lojas temporárias, muito utilizadas no exterior e no Brasil no passado, tinham exatamente essa finalidade: testar marcas, produtos em um período.

CEP  

Além de oferecer uma alternativa de receita para o varejo físico, a Bankei desenvolveu uma ferramenta capaz de identificar os itens mais demandados pelos consumidores por CEPs.

Desta forma, a loja online consegue ter informações detalhadas sobre quais produtos e também volumes devem ficar estocados e em quais pontos de venda.

Assim que o cliente faz o pedido, o produto pode estar na casa dele em menos de uma hora, e não em dias, e a custo baixo, de acordo com Teodora.

Um dos grandes problemas hoje do varejo online é a demora na entrega das mercadorias e o custo do frete.

Tanto que muitos clientes abandonam os carrinhos nas lojas virtuais porque o frete chega a custar o valor do produto.

Utilizar as lojas físicas como centro de estocagem, diz Teodora, elimina esse entrave para a venda online de qualquer tamanho de player.

Cerca de 200 lojas já fizeram o cadastro para locação de espaços por meio da Bankei.

Quem tem uma área de 3 metros quadrados disponíveis, por exemplo, pode receber uns R$ 3 mil por mês pela locação.

Neste momento, a Bankei está em negociação com grandes e pequenos players do varejo online para deslanchar o negócio.

Fátima Fernandes é jornalista especializada em economia, negócios e varejo e editora do site Varejo em Dia

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