//PANDEMIA/MUNDO// Príncipe Charles se contamina


O príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica, testou positivo para o covid-19, mas seu estado de saúde é bom, informou nesta quarta-feira, 25 de março, seu porta-voz. O príncipe de Gales, de 71 anos, tem sintomas leves e "está em bom estado de saúde", enquanto sua esposa, a duquesa da Cornualha, deu negativo, acrescentou o porta-voz. O filho da rainha Elizabeth II está em quarentena em Balmoral, na Escócia, enquanto sua mãe está bem e permanece no Castelo de Windsor, nos arredores de Londres. 

ESPANHA

Mais mortos que a China

A Espanha superou a China nesta quarta-feira, 25 de março, no número de mortos por conta do novo coronavírus, chegando a 3.434 mortes, em comparação com 3.281 no país asiático, segundo dados do Ministério da Saúde espanhol. As novas mortes devido à pandemia na Espanha foram de 738 nas últimas 24 horas, recorde diário, e 43% a mais do que as mortes diárias relatadas ontem. O número de infectados atingiu 47.610 casos, com um aumento de 20% em relação a ontem. Além disso, 3.166 pacientes foram admitidos em unidades de terapia intensiva (UTI). O sistema hospitalar está "sobrecarregado" e essa situação "continuará crescendo" até que o nível de novos positivos seja reduzido, reconheceu o porta-voz do Ministério da Saúde, Fernando Simón, durante entrevista coletiva.


CHINA

Vida voltando ao normal

 A província chinesa de Hubei, o epicentro do surto de coronavírus do país, começou a voltar ao normal nesta quarta-feira, 25 de março, depois de as autoridades suspenderem restrições para deter a epidemia que interditaram a localidade e sua capital, Wuhan, durante dois meses. A China continental também relatou uma queda de casos novos confirmados de coronavírus, porque as infecções importadas diminuíram e não foram relatadas infecções transmitidas localmente. Os controles de tráfego foram suavizados em Hubei e a interdição de Wuhan será suspensa em 8 de abril, um marco na guerra chinesa contra a epidemia, no momento em que Pequim muda o foco para a contenção dos casos importados e a reativação da economia. 


5G para ajudar economia

A China apertará o botão de "avançar rápido" no desenvolvimento da tecnologia 5G para mitigar os impactos econômicos do surto do novo coronavírus, garantiu nesta quarta-feira, 25 de março, Han Xia, funcionária do Ministério da Indústria e Informatização. O país apoiará as operadoras de telecomunicações para expandir a cobertura e a capacidade de rede 5G SA (5G standalone), prometeu. Os governos locais serão incentivados a reunir recursos para a construção de estações-base 5G, disse Han. A China tinha 130 mil estações-base 5G no fim do ano passado e a construção vai ser retomada este ano, enfatizou. Han ressaltou que o desenvolvimento integrado do "5G plus medical health", do "5G plus industrial internet" e do "5G plus car networking" deve ser promovido. Novos modelos de consumo relacionados à tecnologia 5G, como plataformas de compras em realidade virtual, serviços de transmissão ao vivo de performances, eventos esportivos e locais turísticos na internet devem ser cultivados, de acordo com o ministério.

Ajuda às empresas

A China prometeu dar, com medidas multifacetadas, mais apoio às empresas para proteger os empregos em meio ao surto da doença do novo coronavírus, informou nesta quarta-feira, 25 de março, o vice-ministro dos Recursos Humanos e Seguridade Social, You Jun, em uma entrevista coletiva. Em fevereiro, o país reduziu 123,9 bilhões de yuans (US$ 17,7 bilhões) em prêmios de segurança social para as empresas em todo o país, e a soma pode chegar a 500 bilhões de yuans entre fevereiro e junho, disse You. Para minimizar as demissões,1,46 milhão de micros, pequenas e médias empresas receberam 22,2 bilhões de yuans em reembolsos de prêmios de seguro de desemprego, sendo o número de empresas beneficiadas maior que o de 2019 inteiro. O Conselho de Estado emitiu uma diretriz na semana passada pedindo a aceleração de reduções de impostos e taxas e aumentando o valor e a cobertura de reembolso de prêmios de seguro de desemprego. A diretriz também pediu um recrutamento mais amplo por parte das empresas estatais e instituições públicas, além de mais incentivos para as empresas menores contratarem universitários formados.


JAPÃO

Tóquio sob quarentena

 A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, pediu aos moradores nesta quarta-feira, 25 de março, que procurem só sair para fazer o essencial durante o fim de semana, depois que o número de casos de coronavírus disparou na cidade. Mais de 40 casos novos foram relatados em Tóquio nesta quarta-feira, seu maior aumento diário. A governadora afirmou em uma declaração a jornalistas que a situação é “grave” após o registro de 41 novos casos do novo coronavírus. Tóquio também se tornou o centro da epidemia de coronavírus no país. O surto havia infectado 1.271 pessoas no Japão até o anoitecer desta quarta-feira, com 44 mortes ligadas ao vírus. 

ESTADOS UNIDOS

Trump quer todo mundo na rua

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 25 de março, que as restrições relacionadas ao coronavírus, que têm fechado negócios em muitas regiões dos Estados Unidos, poderão levar a mortes. “Você vai perder mais pessoas colocando um país em uma recessão ou maciça depressão. Você vai perder pessoas. Você terá suicídios aos milhares”, disse o presidente à Fox News. Trump não mencionou nenhuma evidência para apoiar a afirmação. “Temos que fazer nosso país voltar ao trabalho. Nosso país quer voltar ao trabalho”, disse ele. “Essa solução é pior que o problema. Novamente, pessoas, muitas pessoas —na minha opinião, mais pessoas— vão morrer se permitirmos que isso continue. Temos que voltar ao trabalho. Nosso povo quer voltar ao trabalho.” O surto já infectou mais de 50 mil pessoas nos Estados Unidos e matou pelo menos 660, fechou milhares de empresas e levou os governadores a ordenarem que cerca de 100 milhões de pessoas —quase um terço da população do país— fiquem em casa.


Armas, o remédio

Nas últimas semanas, as vendas de armas nos EUA cresceram exponencialmente em razão de temores gerados pela pandemia de coronavírus. Muitos cidadãos norte-americanos estão armazenando armas e munições, temendo impactos hipotéticos do coronavírus na sociedade. "Nós registramos um aumento de vendas de aproximadamente 800%, afirmou David  Stone, proprietário de uma empresa do setor em Oklahoma. "Ainda tenho a maior parte dos modelos, mas muito em breve estarão em falta."

Rússia oferece ajuda

A Rússia está preparada para ajudar os EUA a combater a propagação do novo coronavírus, declarou o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov. "Nossos kits de diagnóstico demonstraram sua alta qualidade na China e Irã e foram enviados à Itália [...] Se for necessário, a Rússia estará pronta para ajudar também os EUA, a quem ofereceu mais de uma vez assistência para apagar os incêndios na Califórnia", assegurou Antonov. Ao mesmo tempo, o diplomata expressou sua preocupação pelo fato de alguns meios de comunicação norte-americanos publicarem "informações falsas" sobre a suposta inaptidão das autoridades russas frente ao covid-19.


FRANÇA

Mais seis semanas de quarentena

A França iniciou nesta terça-feira, 24 de março, sua segunda semana de confinamento, com a notícia de que as restrições de circulação para conter o avanço do coronavírus vão durar ao menos seis semanas. Essa foi a recomendação feita pelo comitê de especialistas que assessora a Presidência francesa. A epidemia continua a se alastrar e o balanço de vítimas superou mil mortos no país. De acordo com o balanço diário, feito pelo diretor-geral da Saúde, Jérôme Salomon, a França registra 1.100 mortos nos hospitais do país desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas, 240 pessoas morreram e 434 foram hospitalizadas em estado grave. Ao todo, 10.176 estão internadas, sendo 2.516 em estado grave. O diretor-geral da Saúde está particularmente preocupado com a agravação dos casos nas residências de idosos. Em uma única casa de repouso, localizada no 12° distrito de Paris, 16 pessoas morreram e 81 estão contaminadas. 

Cloroquina só para casos graves

O  uso da cloroquina, remédio contra a malária que está sendo testado pelo Hospital Universitário de Marselha no combate ao coronavírus, continua gerando controvérsia na França. Para tentar acalmar a polêmica, enquanto a eficácia da substância não for comprovada, o governo francês resolveu enquadrar o uso deste remédio somente para casos graves de covid-19 e com acompanhamento médico. O Hospital Universitário de Marselha, no sul da França, especializado em doenças infecciosas, já está tratando contaminados pelo coronavírus com um coquetel de cloroquina associado ao antibiótico azitromicina, de eficácia comprovada contra pneumonias. A substância é administrada sob a orientação do professor Didier Raoult, diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecção de Marselha. O especialista afirma ter testado o remédio com sucesso em 24 pacientes, entre os quais três quartos teriam sido curados em seis dias.


Bônus para os trabalhadores

O governo francês incita as empresas a recompensar os empregados que têm que continuar trabalhando para garantir serviços indispensáveis durante o período de confinamento. Esses profissionais, que correm o risco de serem contaminados pelo coronavírus, poderão receber uma gratificação de € 1 mil (cerca de R$ 5,5 mil). Além dos numerosos profissionais de saúde, o bônus pode beneficiar milhares de trabalhadores de supermercados, farmácias, grande distribuição, transporte de carga, coleta de lixo ou abastecimento de água e luz, por exemplo. O governo facilitou as regras para o pagamento da gratificação excepcional, que foi criada inicialmente durante a crise do movimento dos "coletes amarelos". Todas as empresas, independentemente de terem ou não assinado um acordo com o governo, poderão concedê-las, anunciou nesta terça-feira, 24 de março, o ministro da Economia, Bruno Le Maire. Os empresários poderão deduzir a soma do imposto de renda.

RÚSSIA

Putin quer adiar votação

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, faz pronunciamento em rede nacional sobre a pandemia do covid-19. Ele disse considerar necessário adiar a votação sobre o pacote de emendas constitucionais, prevista para ocorrer na Rússia no mês de abril. "Eu acredito que a votação deve ser adiada para uma data posterior", disse Putin, referindo-se à consulta popular marcada para o dia 22 de abril. Putin decretou recesso de uma semana em todo o país, sem diminuição de salário. A licença remunerada deve se estender do dia 28 de março a 5 de abril. "Por favor, não se renda à ideia de que 'ah, isso não vai me afetar'. Isso pode afetar qualquer um. E o que está acontecendo agora em vários países ocidentais, tanto na Europa quanto além do oceano, pode ser o nosso futuro próximo", alertou Putin. No entanto, estruturas consideradas essenciais ao funcionamento do país como transporte, instituições de saúde e órgãos dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário devem continuar trabalhando. O presidente russo manifestou estar particularmente preocupado com as micros e pequenas empresas e sugeriu a adoção de medidas para pessoas sob risco de inadimplência.  Neste contexto, Putin pediu para que empregadores garantam a manutenção dos postos de trabalho, ressaltando que a Rússia irá providenciar auxílio. 

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