//OPINIÃO// A Barragem e os bárbaros


Carlos Motta

O Parque Represa Dr. Jovino Silveira, a conhecida Barragem, está para Serra Negra como o Ibirapuera está para São Paulo.

Até um tempo atrás se encontrava meio caído, abandonado, sujo, a fonte de água mineral seca, os quiosques quebrados, o alambrado do campo de futebol furado, os banheiros imprestáveis. 

Passou por uma reforma, está bem melhor agora. Se a gente não olhar com lupa, parece novo. 

É uma ótima opção de lazer para os serranos, que o utilizam para caminhar, correr, levar a criançada no playground, tomar uma cervejinha na lanchonete, fazer um piquenique ou um churrasquinho - ou simplesmente não fazer nada, aproveitar o silêncio da mata em volta, escutar os passarinhos, relaxar.

Neste domingo, 12 de janeiro, havia muita gente no parque - como deve ser, pois afinal ele existe para isso, além, é claro, de represar boa parte da água tratada e distribuída pela Sabesp na cidade.

Havia muita gente que gosta do parque, que curte ir no parque, e havia aqueles que deveriam se afastar completamente dali.

Como alguns motoristas sem nenhuma noção das mais básicas regras de trânsito, acelerando seus carros à toda, sem pensar que por ali se encontram pedestres, ciclistas, idosos, crianças...

Ou jovens aparentemente com problemas auditivos e psiquiátricos, que expõem toda a fauna e flora do local à tortura causada por incontáveis decibéis de algo que se assemelha a grunhidos paridos por um idiota - um gênero pseudomusical conhecido por "funk".


E também aqueles que devem viver em chiqueiros e fazem questão de levar a público seus maus hábitos sanitários, espalhando restos do que comem e bebem por onde passam.

Esses subcidadãos integram, sem dúvida, um grupo de exceção na comunidade serrana.

Por via das dúvidas, porém, seria conveniente que as autoridades adotassem medidas para conter o ímpeto anticivilizatório dessa turma.

Uma providência que seria mais que bem-vinda para o presente e o futuro da nossa querida Barragem seria designar alguns guardas municipais para zelar por aquele inestimável patrimônio serrano. 

A simples presença deles, mesmo que ficassem apenas apreciando a bela paisagem, já  poderia inibir as demonstrações de barbárie de alguns dos frequentadores do local.

É como diz aquele antigo ditado: melhor prevenir que remediar.









Comentários

  1. Desde a primeira grande reforma no parque, em 2012, às vésperas de uma "reeleição" municipal, a necessidade da presença da Guarda Municipal ali, de tão óbvia, parece fruto de uma cegueira crônica dos administradores da cidade. Já se alegou falta de efetivo. Ora, a função primordial de qualquer GM é proteger o patrimônio público, e não dar apoio a tarefas que cabem, ou deveriam caber, a Polícia Militar. Infelizmente, parece que a cegueira é incurável e contagiosa, já que prevalece contaminando as administrações municipais que se seguiram após a citada reforma.

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