//MEIO AMBIENTE// Cidade terá área verde de 51 mil m² no Centro

Área verde poderá se transformar num parque ecológico

A área verde conhecida por "Mata dos Fróes", com cerca de 50 mil metros quadrados de vegetação nativa, será inteiramente incorporada ao patrimônio público municipal nesta sexta-feira, 17 de janeiro. A cerimônia da assinatura da escritura de posse do terreno está marcada para começar às 14h30, na sala de cinema do Centro de Convenções.

A iniciativa do Executivo serrano de adquirir a área foi concretizada na sessão da Câmara Municipal de 16 de setembro, quando os vereadores aprovaram projeto que estipulava a troca de um terreno de 27.172,955 metros quadrados, com acesso direto pela Rua Papa João Paulo II, por outro localizado na Rua José Bonifácio, com 1.297,0048 metros quadrados. 

Ambos os imóveis estão no Bairro Santa Maria. Na Mata dos Fróes, o município já possuía uma área de cerca de 21.200 metros quadrados, além de um terreno de 3.409 metros quadrados que já havia sido transferido para o Executivo pelos proprietários como contrapartida institucional de um loteamento. Dessa forma, a área total de posse do município passa a ser de 51.782 metros quadrados. 

Assim, em virtude da Lei nº 4.2000, de 17 de setembro de 2019, Serra Negra passa a ter um “pulmão verde” à disposição da população, segundo o prefeito Sidney Ferraresso (DEM): "Pulmão verde porque é uma área de natureza exuberante, bem no centro de Serra Negra, garantindo a qualidade do ar e consequentemente qualidade de vida às futuras gerações. Enquanto outras localidades sofrem com poluição e queimadas, inclusive a própria Amazônia, Serra Negra atinge mais uma condição diferenciada e se mostra mais uma vez como a cidade da saúde."

De acordo com parecer da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, o terreno é uma Área de Proteção Ambiental. Por se tratar de uma área totalmente coberta por vegetação nativa, pode passar a ser uma Unidade de Conservação, com o objetivo de proteger os ecossistemas e assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais.

Segundo explicou a secretaria, as unidades de conservação podem ser classificadas como de Proteção Integral e de Uso Sustentável, e  nesse segundo caso, elas podem ser exploradas para fins de educação ambiental, por meio da criação de um Centro de Educação Ambiental. Pode também ser utilizada para pesquisas científicas e até mesmo como banco de sementes para reprodução das espécies nativas em viveiros de mudas.

O prefeito informou que ainda vai estudar a melhor forma de aproveitar a área e  "principalmente, preservá-la”.



Comentários

  1. Eu não considero ideal a forma de como a cidade cuida de suas ruas e estradas de terra, de seus espaços verdes, praças e parques, de suas fontes, de seu meio ambiente de modo geral e, recebo essa notícia com uma certa preocupação e com muita desconfiança.

    Se cuidarem da Mata do Froes como cuidaram ao longo de anos do Parque Fonte São Luís, do Alto da Serra e da área do Gurupiá onde dizem que muitas arvores foram cortadas, talvez o local deixe de ser realmente protegido para começar a ser lentamente degradado.

    Vale lembrar que o Alto da Serra parecia não existir para a Prefeitura e, só após um trabalho do pessoal do voo livre, agora começa a chamar e receber atenção.

    Temo também que, por trás dessa boa intenção de se criar uma área para fins de educação ambiental, de pesquisas científicas, banco de sementes e viveiros de mudas, exista a ideia de se implantar barramentos ao longo do córrego que corta a mata para a retenção de águas pluviais de modo a minimizar as ocorrências de enchentes na região central da cidade. Isso obrigaria o corte de árvores.

    A cidade parece não proteger adequadamente os solos das suas ruas e estradas de terra, nas obras de terraplenagem e de loteamentos. Não é difícil ver erosões generalizadas nos períodos de chuvas e volume significativo de solo carreado que acaba sendo depositado nas drenagens artificiais e naturais. Se implantados esses lagos para o retardo das vazões das chuvas intensas, é provável que, em pouco tempo, estejam assoreados.

    Outras dúvidas que surgem:
    - Quantas árvores da Mata do Froes serão derrubadas para implantar esse projeto?
    - Onde podemos visualizar este projeto?
    - Quanto ao viveiro de mudas, já não existe um viveiro de mudas no Parque Represa?
    - Se precisamos de uma área para educação ambiental, pesquisa, banco de sementes e viveiro de mudas, não seria mais efetivo usar a área do Parque Fonte São Luís que já se encontra ocupada e cercado por moradores?
    - Para manter esse pulmão verde, a prefeitura precisava fazer esse negócio? Afinal, se é uma Área de Proteção Ambiental (APA), não bastava protege-la com fiscalização efetiva?

    E assim vamos caminhando rumo ao futuro, talvez ainda mais incerto.

    Falei da área do Gurupiá e me lembrei do pronunciamento do Deputado Ricardo Izar Junior na Câmara Federal na época deste desmatamento. Abaixo transcrevo um trecho:



    “Caros(as) Amigos(as), Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, volto a esta tribuna para lamentar o ocorrido recentemente no município de Serra Negra, Estado de São Paulo. Há menos de um mês, o prefeito Antonio Luigi Ítalo Franchi autorizou o corte de aproximadamente 100 árvores exóticas e centenárias, como pinos e figueiras, sob o pretexto do progresso a todo custo, numa demonstração clara de irresponsabilidade e descaso. Apesar de o terreno ser particular e estar, segundo os seus proprietários, fora da área de preservação permanente, os prejuízos são muito grandes para a população e, sobretudo, para o meio ambiente. A área abriga sete importantes nascentes que poderão ficar seriamente afetas, pois sem as raízes das árvores, a água da chuva não será absorvida, reduzindo drasticamente o nível do lençol freático. Por mais absurdo que possa parecer, Serra Negra é conhecida como a cidade das águas e da saúde. Novamente o homem privilegia o capitalismo em detrimento do meio ambiente. Um passivo que dificilmente será pago, pois a natureza leva anos para se recompor o que os gananciosos destroem em minutos. Não tenho dúvidas que o ocorrido em Serra Negra comprometerá esse belo título. O local será destinado para a construção de um loteamento e um centro de convenções. O frescor da mata dará lugar ao calor do concreto. A dúvida da população agora é apenas uma: quem ganha com a degradação? O povo, logicamente é que não é. Quais os verdadeiros interesses? Somente a prefeitura poderá responder a tantas dúvidas. Os serra-negrenses foram saqueados. O mais doloroso é que a prefeitura tenta...“

    O pronunciamento na integra pode ser lido em http://panchovilla-serranegra.blogspot.com/2012/02/bosque-do-gurupia.html

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