//SAÚDE// Ambulâncias Peugeot ficarão em Serra Negra


Salete Silva

A empresa Antonholi e Garcia Máquinas e Equipamentos, contratada pela Prefeitura de Serra Negra por meio de licitação, recusou a devolução das duas ambulâncias tipo A furgoneta Peugeot. 

A aquisição das furgonetas pela administração municipal foi alvo de críticas, na semana passada, de vereadores e da população que consideram o veículo mal adaptado e inapropriado para o uso na área da saúde.

A recusa da devolução dos veículos foi informada aos vereadores pelo líder do governo na Câmara, Edson Marquezini (PTB), na segunda-feira, 25 de novembro, durante a sessão da Câmara Municipal.

Segundo o vereador, a empresa só aceitaria a devolução se as ambulâncias apresentassem defeitos mecânicos ou em relação às especificações exigidas na licitação.

“Houve tentativa, mas não houve sucesso. As ambulâncias vão ficar em Serra Negra”, informou o vereador. Ele ressaltou que 93 municípios do Estado de São Paulo já utilizam esses modelos.



Marquezini citou entre eles algumas cidades vizinhas, como Jaguariúna, que tem três veículos desse modelo, Itapira que tem duas unidades, e Pedreira que, segundo o vereador, está realizando processo licitatório para adquirir a furgoneta da Peugeot.

O líder do governo na Câmara culpou o governo federal e órgãos reguladores de normas técnicas pela aprovação do uso das furgonetas Peugeot pela área da saúde.  

 “O culpado de tudo isso é o governo federal, o Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia] e o Ministério da Saúde, que aceitam que uma fábrica como a Peugeot fabrique um carro desse porte, chamando de ambulância, e aprovam que isso saia transitando pelo Brasil afora.”

Embora admita a dificuldade de encontrar utilidade para os veículos, o vereador diz que as ambulâncias serão usadas em especial para o transporte em casos de emergência.  

“É uma ambulância que não tem a utilidade que precisa ter, mas o custo é zero para a população e os cofres públicos e temos de aceitar”, afirmou.



O vereador ainda apontou algumas vantagens das furgonetas. Elas são pequenas, têm praticidade e são econômicas, segundo ele. “Servem para fazer translado do hospital para a zona rural, para transporte em caso de acidente de moto, mas não serão utilizadas por pacientes para fazer exames e tratamentos em outras cidades, como Barretos”, salientou.

O vereador da situação Paulo Giannini (DEM) também se manifestou sobre o assunto. Ele apresentou um requerimento que solicita à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), informações, em 15 dias, sobre quais são os órgãos e setores públicos responsáveis por regulamentar normas e especificações das ambulâncias.

O requerimento solicita também o encaminhamento das especificações e normas de todos os veículos usados pela saúde.

Vereadores da oposição mantiveram as críticas. Ricardo Fioravanti (PDT) lembrou que algumas prefeituras adicionaram aos valores das emendas dos parlamentares recursos municipais, para adquirir veículos de maior porte e mais adequados ao transporte de passageiros.

O vereador Roberto de Almeida (PTB) sugeriu que se fizesse um alongamento nos veículos para ampliar o espaço. “Não sou engenheiro, só estou sugerindo”, salientou. Ele lembrou também que as ambulâncias não vão servir para os casos em que por lei é necessário um acompanhante.




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