//SAÚDE// Castramóvel provoca polêmica entre vereadores

Roberto Almeida: "Serra Negra não tem tanto cachorro assim"

A aquisição de um castramóvel, unidade itinerante para castração de animais domésticos, para Serra Negra, provocou uma discussão de mais de uma hora na última sessão da Câmara Municipal, segunda-feira, 9 de setembro. A licitação para a compra do castramóvel foi feita no dia 29 de agosto e vencida pela empresa Alfa Trailers. O prazo para entrega do veículo, que custou R$ 120 mil, provenientes de uma emenda parlamentar, é de 90 dias, mas a empresa acha possível entregá-lo em 45 dias.

O debate teve início quando o vereador Leandro Pinheiro (PV) informou os colegas que, segundo a Secretaria de Saúde, o castramóvel não entrará em funcionamento imediatamente depois que o trailer for entregue, pois ele necessita ser equipado e contar com uma equipe para ser operante.

O líder do governo na Câmara, vereador Edson Marquezini (PTB), listou então os equipamentos necessários para pôr o castramóvel em ação, que, num cálculo preliminar, vão custar cerca de R$ 70 mil para os cofres públicos.

- Além disso - explicou-, vai ser preciso ter um veículo para levar o trailer, provavelmente uma camionete, e pelo menos quatro funcionários - atendente, enfermeira, veterinário e motorista - para o funcionamento do castramóvel.

Foi aí que a polêmica começou. O vereador Felipe Amadeu Pinto da Fonseca (DEM) pediu a palavra para afirmar que o castramóvel não foi uma conquista para a cidade, mas sim "um presente de grego, um cavalo de Troia".

- A prefeitura deveria ter tido a responsabilidade de não aceitar a verba - disse. Só quando a saúde pública estiver funcionando bem é que vamos ter condições de cuidar dos animais. Não posso aceitar que se gaste R$ 70 mil no castramóvel. O que vou falar para um pai que tem um filho doente e não consegue remédio para ele, que não temos dinheiro para ele, mas temos para cuidar de cachorros?

O vereador Ricardo Fioravanti (PDT), entrou na discussão para afirmar que o castramóvel faz parte da política pública de saúde, de controle de zoonoses e que não se deve "misturar as coisas":

- Não é porque falta dinheiro na saúde que não podemos ter o castramóvel - disse.

O debate começou a esfriar quando o vereador Roberto Almeida (PTB) lembrou que a unidade móvel de castração de animais provavelmente não vai sair a campo diariamente e portanto bastará um planejamento para a alocação de funcionários do quadro da prefeitura para que atenda a população:

- Ele não vai operar todos os dias. Serra Negra não tem tanto cachorro assim. Alguns dos gastos estão sendo superestimados - afirmou.

Quem falou depois dele foi o líder do governo, que praticamente encerrou a polêmica:

- Uma coisa que era para ser boa para a cidade está virando uma carniça do c..., uma porcaria - disse Marquezini. O prefeito teve a maior boa vontade em todo esse processo, e pode ser que o custo dos equipamentos para o castramóvel caia, pois afinal o que a Secretaria de Saúde nos passou é apenas um orçamento preliminar.

O único consenso de toda a discussão foi que o castramóvel não estará operante neste ano.

Comentários

  1. Poderiam aproveitar o veículo para cortarem as línguas de alguns Edis da nossa cidade! Sequer sabem o quão abrangente é a saúde pública e saem falando besteira, no mínimo, por aí! Meu ouvido não é pinico por favor!

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