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Carlos Motta
O decreto do governo Bolsonaro que facilita o porte de armas para um conjunto de profissões, como advogados, caminhoneiros e políticos eleitos – desde o presidente da República até vereadores -, embora tenha causado polêmica entre vários setores da sociedade, tem uma aprovação quase unânime, a julgar pelo resultado da enquete promovida pelo Viva! Serra Negra.
À pergunta "O porte de armas de fogo deve ser facilitado?", 92,21% dos leitores do portal disseram "sim" e apenas "7,79%" afirmaram ser contra a medida. No total, foram 1.232 votos, um número bastante expressivo.
Mas há um porém, que aparentemente distorce o resultado da enquete - lembrando que ela não tem valor científico, mas sim jornalístico: a redação do Viva! constatou uma movimentação atípica de internautas, tanto no site quanto em sua página do Facebook. Poucos minutos depois de a enquete entrar no ar começaram a aparecer os votos e os comentários, a maioria esmagadora a favor do "sim", e muitos com o texto repetido ou bem similar. Com o passar dos dias, esse movimento caiu expressivamente.
A hipótese mais provável para esse fenômeno é uma ação daquilo que se convencionou chamar de "milícias virtuais", ou seja, grupos organizados de pessoas que tentam influenciar, em massa, a opinião pública, utilizando as redes sociais, espalhando notícias falsas, as "fake news", enviando comentários em linha com seu pensamento ideológico e contra aqueles que combatem, numa linguagem geralmente ofensiva.
A ação desses grupos tem preocupado várias autoridades. O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, já se manifestou pela abertura de investigação policial contra eles: "Nós temos no Brasil hoje uma milícia organizada nas redes sociais, e nós temos que compreender a quem essa milícia serve", disse, recentemente. "Ela obviamente é articulada, ela tem investimento, utiliza robôs, e ela persegue opiniões com que ela não concorda. Isso não é bom para o debate público, isso busca prejudicar a imagem das instituições", afirmou.
Essas ações motivaram, inclusive, a abertura de um inquérito pelo Supremo Tribunal Federal, com o objetivo de investigar a existência de "fake news", ameaças e afirmações caluniosas e difamantes que, segundo o texto do auto, "atingem a honra e a segurança" dos ministros da corte e de seus familiares".
Na eleição presidencial do ano passado o uso desse expediente foi, para alguns analistas, determinante para a vitória de Jair Bolsonaro (PSL). Tudo indica que as milícias virtuais continuam ativas, principalmente para dar respaldo ao Executivo federal e à sua ideologia.
Esse modo de agir para influenciar a opinião pública está se disseminando e já é praticado na política regional e municipal - até mesmo em Serra Negra, onde aspirantes a cargos eletivos têm criado perfis falsos em suas páginas de redes sociais para estabelecer um "diálogo" entre eles, para externar opiniões e criar polêmicas.
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ResponderExcluirMinha arma é o livro.
Pesquisa Ibope: 73% são contra a flexibilização do porte de armas
ResponderExcluirLevantamento também mediu a opinião dos brasileiros sobre a posse de armas: 61% são contra e 37% são a favor
A maioria dos brasileiros não quer mais armas nas ruas. Pesquisa realizada pelo Ibope em março, depois do primeiro decreto de Jair Bolsonaro que facilitou a posse de armas, indicou que 73% são contrários à flexibilização do porte e 26% são favoráveis; 1% não soube ou não respondeu.
A pesquisa também mediu a opinião dos brasileiros sobre a posse de armas. O resultado foi que 61% são contra e 37% são a favor, além de 2% que não souberam ou não responderam.
Em apenas cinco meses de governo, Bolsonaro já mostrou quais são suas prioridades, editando três decretos sobre armas: novas regras sobre posse (publicado em 15 de janeiro); novas normas sobre porte e compra de munições (em 8 de maio); governo muda pontos que foram questionados na Justiça (em 22 de maio).
Segurança
O levantamento concluiu, também, que 51% discordam da afirmação de que o aumento de pessoas armadas deixa a sociedade mais segura.
A pesquisa do Ibope ocorreu entre 16 e 19 de março, antes de dois decretos editados pelo governo referentes ao porte de armas. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 143 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.(Revista Fórum - fonte: Folha de São Paulo)