//CIDADE// Desemprego, fantasma à vista

A Rua Coronel Pedro Penteado, fora de temporada: pouco movimento

Carlos Motta

O vereador Renato Giachetto (DEM) disse, na última sessão da Câmara Municipal, na noite desta segunda-feira, 17 de junho, que Serra Negra pode sofrer desemprego em massa se as vendas do comércio não tiverem bom desempenho a partir de agosto. "Turismo é a nossa coluna", afirmou. "Não podemos ser como esse pessoal que torce contra o governo Bolsonaro, temos de torcer para que o trabalho dos nossos secretários dê certo, temos de torcer para a nossa cidade", afirmou.

Giachetto foi um dos vereadores que apartearam o colega Leandro Pinheiro (PV), que subiu à tribuna para reclamar que até hoje, mais de dois anos e meio da administração Sidney Ferraresso (DEM), Serra Negra ainda não tem o folheto promocional oficial, algo a seu ver, básico para fortalecer o marketing turístico da cidade.

Felipe do Tó (DEM) e Paulo Gianinni (DEM) defenderam o trabalho do secretário de Turismo, César Borboni, o Nei, que tomou posse há dois meses. "A Band está cobrindo direto o Festival de Inverno, a cidade lotou no último fim de semana", disse Felipe. "O Alto da Serra se transformou, está atraindo muita gente", completou Paulo.

O oposicionista Ricardo Fioravanti, o Toco (PDT), lembrou que a divulgação de Serra Negra pela televisão não deveria ser feita nesta época, quando o frio já traz, por si só, muitos turistas à cidade. "O problema é de julho para a frente, a Band deveria vir para a cidade no verão, não no inverno", disse.

Giannini também destacou que entidades privadas, como a Associação Comércio Forte e a Associação de Hotéis de Restaurantes de Serra Negra, a Ashores, têm trabalhado em conjunto para fortalecer o turismo local, "algo inédito na cidade".

Leandro elogiou a iniciativa, mas destacou que o Executivo tem de ser mais proativo. E citou Socorro como exemplo de cidade da região que nos últimos anos conseguiu explorar todo o seu potencial turístico.

O debate entre os vereadores foi longo, durou mais de meia hora. E se não foi capaz de apresentar uma solução para que Serra Negra não afunde ainda mais na grave crise que fustiga o país, ao menos serviu como alerta para a sociedade: algo precisa ser feito, urgentemente, para reativar a roda da economia. 

E precisam ser medidas concretas, não soluções mágicas como a pretendida reforma da Previdência.

Serra Negra, sempre é bom lembrar, é tão somente um microcosmos do Brasil.