//ECONOMIA// Setor hoteleiro longe do azul

Turistas estão mais cautelosos nas despesas e compras, dizem os hoteleiros

Salete Silva

Mal se encerrou o primeiro trimestre de 2019 e as perspectivas financeiras dos hoteleiros de Serra Negra são de mais um ano no vermelho. A rede hoteleira serrana teve este ano o pior resultado no mês de fevereiro de todos os tempos e com menos feriados pela frente vai perder parte dos 40% do faturamento que esses períodos representam para o setor.

A avaliação é do presidente da Associação dos Hotéis Restaurantes e Similares de Serra Negra (Ashores), Ariel Cardoso Gaiolli. “Por esses motivos será impossível tornar este ano um ano azul”, afirma o empresário.


Gaiolli: ano ruim
O movimento de Páscoa aquém das expectativas do setor, que no ano passado atingiu 100% de sua capacidade de ocupação e este ficou em 80%, reflete, ele analisa, o fraco desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre.

Sua avaliação vai ao encontro das análises recentemente feitas por consultorias e bancos que refizeram mais uma vez para baixo a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas no país - que deve ficar agora em 1,7%, abaixo dos 2% previstos inicialmente.

“O país ainda não mostrou sinais de crescimento sustentável e passa por uma crise duradoura, em que os custos subiram e as receitas caíram, com muito desemprego também”, avalia. Os turistas, segundo ele, estão mais cautelosos nas despesas e compras.

Gaiolli não arrisca uma previsão para o movimento na cidade no período de inverno, a melhor temporada do ano para a economia local. “Vamos esperar chegar o frio para ver o que será essa temporada de 2019”, diz.  Os hotéis, ele informa, estão procurando inovar no atendimento e nas instalações para atrair os turistas. “Temos de ter um turismo moderno”, afirma.

Além de enfrentar a competitividade de municípios que oferecem preços mais acessíveis aos turistas, Serra Negra, o empresário alerta, ainda não se apresenta como uma cidade com turismo moderno e não tem sequer uma programação estruturada e organizada para oferecer aos visitantes.

O município, ele ressalta, carece de uma Secretaria que faça um planejamento com antecedência de suas festas, comemorações e feriados. Os hotéis já têm clientes fixos, mas enfrentam dificuldades para mantê-los. Para o empresário, quem veio na Páscoa de 2018 não fez ou viu nada de diferente este ano, não encontrou nenhum atrativo novo. “Se não tivermos um poder público engajado no turismo será difícil reverter nossa posição”, conclui.  

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