//COMÉRCIO// Hora de se unir contra a crise

Rua Cel. Pedro Penteado: calçadas vazias, vagas de estacionamento cheias

Salete Silva

O ajuste fiscal e o andar lento da economia sinalizam escassez de verbas para investimentos no médio ou até longo prazo. A saída é buscar recursos por conta própria. Essa é uma das principais estratégias do Comércio Forte, a nova entidade representativa das empresas envolvidas no turismo de Serra Negra.

Uma de suas principais prioridades é criar o Fundo Municipal de Turismo (Fumtur), que terá como maior fonte de renda a Taxa de Turismo, cobrada em geral no hotel, no momento do check-in. “Não dá para sair recolhendo dinheiro dos empresários sempre que houver um novo projeto”, diz Rafael Accorsi, presidente do Comércio Forte.

As metas e objetivos da entidade foram apresentados, na segunda-feira, dia 15 de abril, durante coquetel de lançamento seguido da Assembleia Geral que aprovou o estatuto social e a primeira diretoria executiva da entidade. Estiveram presentes no evento o prefeito Sidney Ferraresso (DEM) e o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, César Augusto Borboni, o Nei, que também tem entre suas prioridades a criação da Taxa de Turismo.

Accorsi apresentou a uma plateia de cerca de 200 pessoas um cenário turístico nada animador na cidade. O turismo de Serra Negra, segundo ele, perdeu fluxo de visitantes, registrou mudança do perfil do turista de maior para menor renda, com permanência de menos dias, além de oferecer no comércio produtos de menor valor. A concorrência turística de municípios vizinhos, como Socorro, salientou também, e o clima mais ameno, com menos dias de temperaturas baixas, tornam a cidade menos atraente. 

Sua apresentação tem como base avaliações que vêm sendo realizadas por um grupo de empresários que há cerca de um ano se reúne para discutir os problemas do turismo local e que deu origem ao Comércio Forte.

Accorsi tocou em pontos polêmicos. Um deles é o horário de funcionamento do comércio que, na sua avaliação, deveria ser estendido como o de muitas cidades turísticas, onde as lojas permanecem abertas até às 22 horas. Sem garantia de vendas, os lojistas preferem não ampliar o horário, temendo elevar o custo com o aumento de horas extras.

Mencionou ainda a ocupação das ruas da cidade por carros de comerciantes, que tiram vagas de estacionamento de turistas, e a preferência dos serranos por comprar fora da cidade em detrimento do comércio local. “Deveríamos deixar o dinheiro aqui”, observou.

Em contrapartida aos fatores negativos, os empresários, ele avaliou, terão de explorar melhor as oportunidades consolidadas e atrativas, como a história e a tradição do município, o comércio estabelecido, a ampla rede hoteleira e a boa localização da cidade, que tem como vantagem também a proximidade com o Aeroporto de Viracopos.

O projeto do Comércio Forte prevê aproveitar esses pontos positivos num calendário anual de turismo que terá como principais atrações festivais gastronômicos, esportivos e culturais, entre outros. O primeiro deles já em fase de planejamento é o Festival do Café, com data ainda a ser definida.

Mas os projetos de longo prazo dependem do Fumtur, que por sua vez só será criado com o fortalecimento do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), responsável pelas políticas públicas na área do turismo, no qual o Comércio Forte, segundo ele, já começa a trabalhar.

Comentários

  1. Já coloquei um projeto de marketing e, mostrei para o vice-prefeito que disse ter gostado muito, mas ficou nisto só, Não se interessaram. O meu projeto vai ao encontro do objetivo desta matéria. Eliahou Kogan

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