O advogado-geral da União, Jorge Messias, aparece em todas as análises como favorito à indicação ao STF, na vaga aberta pela aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso.
Messias é visto como de esquerda, mas é evangélico. Nessas duas condições, ele participou de um encontro do presidente Lula com o bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus Madureira, no Planalto.
O que se depreende é que Lula, de olho em 2026, intensifica movimentos de aproximação com os evangélicos, pedra no seu sapato eleitoral.
Ferreira foi um ferrenho defensor de Bolsonaro na eleição de 2022. Foi ele que levou o miliciano a um culto na sede em sua igreja no bairro do Brás, em São Paulo, na campanha do segundo turno. Agora, se aproxima do petismo.
Na noite de quinta-feira (16), no 16º Congresso do PC do B, Lula disse que 2026 será um ano “sagrado” e cobrou que a esquerda saiba convencer o povo. Acrescentou a necessidade de a esquerda aprender a dialogar com diferentes setores, especialmente com os evangélicos.
Lula sabe que por mais que faça entregas, que desfaça mitos e desconfianças plantadas pela campanha de desinformação da direita, precisa convencer ao menos parte dos messiânicos.
A possível indicação de Messias para o STF é prova disso. Mesmo sendo evangélico, não tem a aprovação da maioria dos líderes e dos representantes desse movimento religioso por ser “de esquerda”. Lula tem o desafio de superar esse dogma.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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